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Vaivém das commodities
MAURO ZAFALON mauro.zafalon@uol.com.br
EUA terão menor estoque de soja da história
Os estoques de soja nos EUA vão atingir o menor nível da história ao final desta safra. O Usda (Departamento de Agricultura dos EUA) reduziu ontem sua previsão para os estoques de 3,9 milhões para 3,7 milhões de toneladas -volume suficiente para apenas 15 dias de consumo.
A revisão nessa projeção é uma resposta aos números de exportação americanos, que superam as expectativas.
O Usda elevou de 41,6 milhões para 43 milhões de toneladas a estimativa para os embarques na safra 2013/14.
E novas revisões ainda podem ser feitas, pois os contratos de exportação fechados já atingiam 44,5 milhões de toneladas ao final de março.
Para sustentar o consumo doméstico, os EUA terão de importar mais. A estimativa do Usda para as compras dos norte-americanos também subiu, de 950 mil toneladas para o volume recorde de 1,77 milhão de toneladas.
O cenário favorável à alta dos preços da soja foi completado pela redução em 1 milhão de toneladas na estimativa para a safra brasileira, agora prevista em 87,5 milhões de toneladas.
Com a produção menor, o Brasil exportará 44,5 milhões de toneladas de soja -redução de 500 mil toneladas em relação à projeção de março.
O relatório provocou alta da soja na Bolsa de Chicago. O contrato de primeiro vencimento chegou a superar US$ 15 por bushel durante o pregão, mas fechou a US$ 14,95, alta de 0,86% no dia.
As novas estimativas do Usda também devem dar um novo suporte aos preços do milho. Com o aumento das exportações dos EUA -que devem embarcar 44,5 milhões de toneladas nesta safra, ante a estimativa anterior de 41,3 milhões-, os estoques também ficarão reduzidos.
O quadro não é tão apertado como na soja, mas a trajetória de queda chama a atenção. Segundo a nova estimativa do Usda, eles somarão 33,8 milhões de toneladas ao final da safra, o equivalente a 36 dias de consumo.
No final de 2013, quando não se esperava um consumo tão vigoroso, os mesmos estoques foram estimados em mais de 50 dias, lembra a consultoria AgRural.
Por outro lado, a produção do Brasil, que vem se consolidando como um exportador do cereal, foi estimada em 72 milhões de toneladas, ante 70 milhões há um mês.
SUCO DE LARANJA
+3,09%
Ontem, em Nova York
PRATA
-1,43%
Ontem, em Nova York
Efeito China As recentes medidas de estímulo à economia chinesa deram fôlego aos preços das commodities metálicas. Segundo o índice de commodities Itaú (ICI), os metais subiram 6% desde meados de março.
Efeito clima Já as commodities agrícolas perderam o ritmo de alta, com uma valorização de 2% no mesmo período, segundo a ponderação do Itaú. A melhora nas condições climáticas reverteu parte das altas verificadas no café e no açúcar.
Feijão mais caro O alimento voltou a subir com força no varejo, apontou ontem o IPC-Fipe. A alta chegou a 11,9% na primeira quadrissemana do mês. Na medição anterior, a taxa foi de 11,6%.
Estoque de algodão fora da China tem forte baixa
Os estoques de algodão nos EUA também estão em trajetória de queda. Segundo o Usda, eles podem cair ao menor nível desde a safra 1990/91. A previsão é de um volume de 544 mil toneladas armazenados ao final da safra 2013/14, uma participação de 2,6% nos estoques globais.
Já a China responderá por mais de 60% do algodão estocado no mundo, com 12,8 milhões de toneladas, o que revela o avanço do país nesse mercado. Em 2009/10, a China estocou só 3 milhões de toneladas de algodão.
O predomínio da China mascara a realidade no mercado de algodão. Impulsionados pelos chineses, os estoques globais atingem valores recordes. Mas o volume armazenado fora da China, mostra o Usda,deve atingir o menor nível em quatro anos.