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Vaivém das commodities
MAURO ZAFALON mauro.zafalon@uol.com.br
Exportação de couro sobe 29% no trimestre
As exportações brasileiras de couros devem bater novo recorde neste ano. No primeiro trimestre, a receita com os embarques aumentou 29% em relação a igual período de 2013, segundo dados do Ministério do Desenvolvimento.
O maior consumo de produtos em couro em países emergentes aquece o mercado internacional, diz José Fernando Bello, presidente do CICB (Centro das Indústrias de Curtumes do Brasil).
Com a renda em alta, consumidores de países asiáticos, como a China e a Coreia do Sul, demandam cada vez mais calçados, bolsas e acessórios em couro --produtos considerados nobres. "Artigos em couro são objeto de desejo nesses países", diz.
A expansão da indústria de calçados e acessórios na Ásia também contribui para o bom resultado das exportações, hoje mais pulverizadas.
O Brasil exporta a matéria-prima para mais de 70 países, e a Itália, no passado o maior cliente do Brasil, deu lugar à China na liderança das importações. Hong Kong, Coreia do Sul, Tailândia e Vietnã também compõem o ranking dos maiores importadores.
A baixa concorrência no mercado externo também ajuda o Brasil. Assim como ocorre no setor de carne bovina, a redução do rebanho nos EUA --principal rival do Brasil na área-- abre mais portas ao couro nacional.
Mas, se por um lado o aumento das exportações de couro ajuda a balança comercial, por outro ele preocupa a indústria nacional de calçados, que já sente efeitos no valor pago pelo insumo.
O preço médio de exportação de couro subiu 13% nos últimos 12 meses, segundo o Mdic, o que acaba influenciando as cotações no país. O índice de preços ao produtor do IBGE variou 14,5% para a indústria de preparação de couros e fabricantes de artefatos de couro nos 12 meses encerrados em fevereiro.
A alta das exportações gerou até um debate sobre a possibilidade de desabastecimento, hoje já descartado pelo setor calçadista.
Cerca de 25% da produção brasileira é vendida no país --percentual limitado pela fraca demanda da indústria nacional, que tem problemas de competitividade e vem optando mais por materiais sintéticos, segundo Bello.
Para ele, as exportações devem crescer entre 10% e 15%, em volume, neste ano.
Ritmo menor A produção agropecuária brasileira deve gerar receitas de R$ 445,7 bilhões em 2014, estima o Ministério da Agricultura. Haverá alta de 1,8% em relação ao ano passado, mas o ritmo de crescimento perde força. Entre 2012 e 2013, a renda no campo aumentou 9%.
Para cima Produtores de soja, algodão, carne bovina e suína terão o maior crescimento, considerando as atividades mais representativas na renda total. Para eles, volume maior e preço firme garantirão esse desempenho.
Para baixo 1 Nos casos em que há queda na produção, como o do café, a alta nos preços deve compensar. Já no caso do frango, o valor da produção deve ser 16% menor --resultado de volume estável e preços mais baixos.
Para baixo 2 A receita do agricultor com o tomate também cai 22% neste ano, devido à queda nos preços no campo, segundo José Garcia Gasquez, do Mapa. Já a produção é estável, segundo ele.
Desaceleração A alta dos preços agropecuários no atacado começa a perder força. O IGP-10 de abril, divulgado ontem pela FGV, apontou uma taxa de 3,84%. Em março, a variação foi de 4,27%.
Tensão Novas preocupações de abastecimento por causa da crise política entre Ucrânia e Rússia elevaram o preço do trigo em 2,8%, ontem, na Bolsa de Chicago.
DE OLHO NO PREÇO
cotações
Nova York
Açúcar
(cent. de US$)*16,59
Algodão
(cent. de US$)*90,91
*por libra-peso
Londres
Petróleo
(US$ por barril)109,07
Cobre
(US$ por tonelada)6.645