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Economia perdeu força em fevereiro, diz BC
Indicador do organismo reforça a avaliação de que PIB do primeiro trimestre terá crescimento moderado
Em março, governo e analistas de mercado esperam que dado do Banco Central aponte retração da atividade
O indicador de atividade econômica divulgado ontem pelo Banco Central reforçou a avaliação do governo e do mercado financeiro de que a economia brasileira fechará o primeiro trimestre com crescimento moderado.
As estimativas são de avanço do PIB em torno de 0,5% ante os três meses anteriores.
Se confirmado, o número representará recuperação em relação à estagnação verificada no início de 2013 e pequena desaceleração após a expansão de 0,7% no último trimestre do ano passado.
Ontem, o BC divulgou o seu índice de atividade (IBC-Br), que mostrou expansão de 0,24% em fevereiro em relação a janeiro, um pouco abaixo das previsões do mercado e do governo (0,3%).
A surpresa positiva foi a revisão do número de janeiro ante dezembro, que passou de alta de 1,26% para 2,35%.
A avaliação do governo é que os dados divulgados até o momento confirmam a previsão de que o crescimento de 2014 ficará próximo ao de 2013, quando a economia avançou 2,3%.
As projeções de Banco Central e Ministério da Fazenda são de alta de, respectivamente, 2,0% e 2,5%.
Para março, a expectativa dentro e fora do governo é de queda no indicador do BC, com base em dados que apontam retração na produção industrial e nas vendas de veículos. A piora no mês, entretanto, não deve levar o resultado do trimestre para o terreno negativo.
Segundo cálculos da consultoria Rosenberg Associados, se o indicador do BC registrar recuo de 1% ante fevereiro, a expansão no primeiro trimestre ficará em 0,7%.
O indicador mensal do BC tem metodologia e resultados diferentes do PIB, que é divulgado trimestralmente pelo IBGE. O primeiro, entretanto, é um dos indicadores que servem de base para as projeções para o dado oficial.
O Banco ABC Brasil, por exemplo, elevou a previsão para o crescimento do PIB no trimestre de 0,4% para 0,5%. O principal motivo foi a revisão do dado de janeiro do IBC-Br.
O economista Rafael Bacciotti, da Tendências Consultoria, manteve a projeção de 0,2% para o índice do IBGE no trimestre, uma das menores expectativas do mercado.
"Para março, os sinais apontam para uma atividade mais fraca, principalmente para a indústria. E já temos dados sobre vendas de veículos que mostram que o varejo deve permanecer fraco", afirmou o economista.
A Tendência manteve a expectativa de crescimento de 1,9% para o PIB no ano, superior à mediana do mercado (1,65%).