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Analistas passam a ver inflação do ano acima do teto

SOFIA FERNANDES DE BRASÍLIA MARIANA CARNEIRO DE SÃO PAULO

A inflação no Brasil deve ultrapassar o teto da meta estipulada pelo governo neste ano e fechar o ano em 6,51%, segundo estimativa central de analistas do mercado financeiro, divulgada ontem pelo Banco Central.

Se a projeção se confirmar, será a primeira vez desde 2004 que a inflação fura o limite de tolerância, fixado pelo próprio governo, para o aumento de preços.

Um dos pontos que mais contribuíram para a estimativa de alta do mercado foram os reajustes já concedidos neste ano (veja alguns exemplos no quadro ao lado).

Na semana passada, todos os cinco aumentos autorizados pela Aneel estavam na casa dos dois dígitos. Dentre eles, a distribuidora AES-Sul (RS) foi autorizada a dar o maior aumento, de 28,86%.

"O mercado esperava uma retração maior nos preços administrados [controlados pelo governo], o que não aconteceu, sobretudo com a energia, que teve uma alta muito acima do esperado neste mês", afirmou a economista Alessandra Ribeiro, da consultoria Tendências.

INFLAÇÃO A 8%

No mercado, já há analistas prevendo que a inflação possa furar o teto do governo já em junho.

Para Fábio Silveira, economista-chefe da consultoria GO Associados, a inflação acumulada em 12 meses deve chegar a 6,9% em maio e continuar em aceleração até setembro, quando ele prevê que baterá 8%. Depois disso, ele projeta uma desaceleração dos reajustes para fechar o ano com alta de 6,8%.

"O importante não é bater 8%, é a aceleração que a inflação esperada teve nos últimos meses; começou com 5,5%, alcançou 6,5% e agora está pulando para 7,5%, 8%".

Além dos preços de energia, os alimentos seguem em alta em abril. Os remédios com preços controlados pelo governo também foram reajustados em 5,68%.

Com isso, dados prévios da inflação neste mês, calculados pelo IBGE, indicam que a inflação segue pressionada. O aumento do grupo alimentação e bebidas passou de 1,11% para 1,84% nos 30 dias encerrados em meados de abril, ante o mesmo período encerrado em março.

Silveira afirma que este movimento reflete reajustes observados no atacado em março, de produtos como café, arroz, feijão e carnes.

Em abril, os preços no atacado estão recuando, mas ainda em ritmo lento, diz o economista, o que é insuficiente para derrubar a inflação.

O presidente do Banco Central, Alexandre Tombini, tem reiterado que o ciclo de aumento de juros, iniciado em abril do ano passado para debelar altas de preços, ainda surtirá efeitos.

Segundo Alessandra Ribeiro, esse efeito tardio já está nas contas de analistas para a inflação deste ano.

O instrumento que resta, diz Silveira, é forçar queda adicional do dólar, que depois de superar R$ 2,30 está ao redor de R$ 2,20. Ontem, a moeda à vista fechou negociada a R$ 2,244. "A essa altura do campeonato, o câmbio é a via mais rápida."


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