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Eletrobras faz greve por participação nos lucros
Empresa afirma que prejuízo impede PLR
Funcionários do sistema Eletrobras realizam uma greve de 48 horas, deflagrada à 0h de ontem. O estopim do movimento é a decisão da empresa de não pagar neste ano a PLR (Participação nos Lucros e Resultados).
Segundo a associação de funcionários, aderiram cerca de 85% dos 23,6 mil empregados das áreas administrativa e de manutenção das controladas --as geradoras Chesf, Furnas, Eletrosul, Eletronorte, CGTEE e Eletronuclear, além de Itaipu Binacional e das distribuidoras de Amazonas, Acre, Roraima, Rondônia, Piauí e Alagoas.
A estatal não se manifestou sobre o contingente de empregados parados. Como os funcionários da operação não aderiam ao movimento, os serviços de geração e distribuição de energia não foram afetados, segundo a companhia e a associação.
Emanuel Torres, diretor da associação, diz que o protesto é "contra o sucateamento" das empresas do sistema Eletrobras após a renovação do contrato de usinas antigas.
O governo, diz, "descapitalizou a empresa" e a diretoria não age em seu favor.
O líder sindical afirma ainda que era praxe que 25% do lucro fosse distribuído sob a forma de PLR, mas a empresa argumenta que não haverá pagamento neste ano aos empregados em razão do prejuízo por dois anos seguidos.
Torres afirma que a estatal usará o lucro retido em anos anteriores para distribuir aproximadamente R$ 900 milhões aos acionistas --a União é o maior deles.