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Brasil quer destravar comércio com a Argentina

Em reunião hoje, governo vai oferecer crédito para exportações

Em contrapartida, país quer que Banco Central argentino assuma as dívidas feitas com exportador brasileiro

VALDO CRUZ RENATA AGOSTINI DE BRASÍLIA

O Brasil vai tentar fechar hoje acordo com a Argentina pelo qual oferecerá garantias para o financiamento de exportações de até US$ 3 bilhões por ano ao país vizinho. Em contrapartida, exigirá que a Argentina assuma a dívida com o exportador brasileiro.

Pela proposta, o importador de lá pagará o valor da mercadoria diretamente ao banco central argentino, que terá prazo de até quatro meses para quitar a dívida com a companhia brasileira.

Esse sistema, se adotado, livrará o comprador do risco cambial, que será assumido pelo BC argentino. Essa é a principal preocupação do Brasil, que deseja destravar o comércio bilateral, em queda de 14% neste início de ano.

Caso a Argentina não aceite, outra proposta é emitir títulos do governo argentino ao importador para bancar as oscilações do câmbio até o período do pagamento.

Um dos entraves ao comércio entre os dois países hoje é a baixa disponibilidade de dólares na Argentina. Com isso, os importadores de lá não conseguem honrar o pagamento dos contratos, já que têm acesso limitado à moeda.

Tal situação fez com que os exportadores do Brasil passassem a ter dificuldades em conseguir empréstimos com bancos privados para financiar suas vendas ao país.

Para amenizar o problema, o governo brasileiro vai garantir as operações de crédito em até US$ 1 bilhão de quatro em quatro meses, o que soma US$ 3 bilhões no período de um ano do acordo.

Isso significa que, no limite, num cenário de calote, será o Tesouro Nacional a arcar com a conta por meio do Fundo de Garantia à Exportação. O Brasil considera, porém, a hipótese improvável.

A maior parte da linha de crédito será usada pela indústria automotiva brasileira, que vem sofrendo com queda nas vendas no início deste ano. O setor corresponde a 60% das exportações feitas ao país vizinho, de US$ 19 bilhões no ano passado.

Na reunião de hoje, será também discutido o acordo automotivo bilateral, que termina em junho. O Brasil quer que ele seja prorrogado nos termos atuais por mais um ano. O fim do acordo faria com que passasse a incidir sobre as operações os 35% cobrados de veículos e peças de fora do Mercosul.

Argentina culpa queda nas vendas para o Brasil por suspensão do trabalho em montadoras
folha.com/no1446577


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