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Avião pode ser pago com café ou milho

Negócio, resultado de parceria entre TAM e C&BI Agro Partners, é um dos que permitem compra com safra futura

Cartão também torna possível comprar insumos e até pagar salários com empenho da colheita prevista

FELIPE AMORIM DE RIBEIRÃO PRETO

O escambo --prática que envolve a troca de produtos sem envolver dinheiro-- chegou à Agrishow, principal feira do agronegócio brasileiro, que projeta negociar R$ 2,6 bilhões até sexta-feira.

Na feira, é possível comprar neste ano um avião e fazer o pagamento em soja, café ou milho.

O negócio é possível por meio de uma parceria entre a TAM Aviação Executiva e a C&BI Agro Partners, braço financeiro da Ceagro, empresa de comércio de grãos.

O comprador da aeronave faz um contrato com a C&BI para entregar parte da produção ao final da safra, em valor equivalente ao financiado. O preço da saca é definida com base na cotação do grão no mercado futuro da Bolsa de Chicago (EUA).

É possível pagar todo o valor da aeronave por meio desse expediente. O limite fica apenas por conta do crédito aprovado pela C&BI.

O gerente de vendas da TAM, Humberto Vinhais, afirmou que a parceria nasceu da percepção das necessidades dos produtores.

"É como se fala de brincadeira: Quantas cabeças de gado custa esse avião?'. Só que em sacas de soja", disse.

Um Cessna Skyhawk (US$ 380 mil), por exemplo, ontem sairia por cerca de 19 mil sacas de soja, o equivalente à metade da safra de um pequeno produtor de Mato Grosso com mil hectares, de acordo com o presidente-executivo da Ceagro, Antonio Carlos Gonçalves Junior.

Mas aviões não são os únicos produtos que podem ser comprados com a promessa de entrega futura da safra.

Neste mês a C&BI lançou uma espécie de cartão de crédito que permite a aquisição não apenas de produtos agrícolas e insumos para a produção mas a realização de todo tipo de gasto, como pagamento de salários e a compra de produtos diversos.

"O cartão foi idealizado para o produtor pagar à vista e liquidar quando ele colher", afirmou Gonçalves Junior.

Por trabalhar negociando grãos, a empresa ganha por aumentar seu volume disponível para comercialização, segundo ele.

Para usar o cartão, o produtor emite uma CPR (Cédula de Produto Rural) em favor da C&BI, instrumento já usado normalmente na negociação futura da safra.

TAXA MAIS BAIXA

Outra facilidade na compra de aeronaves, principalmente para os exportadores, é poder contratar o financiamento em dólar com taxas de juros praticadas nos EUA, mais baixas que as do mercado financeiro nacional.

Segundo o diretor de vendas da Líder Aviação, Philipe Figueiredo, as taxas vão de 2,5% a 4% ao ano, enquanto nos bancos privados do país ficariam entre 10% e 12%.

"É vantajoso, principalmente quando o cliente é um exportador", disse. Isso porque, em caso de mudança no câmbio, a receita também varia conforme o dólar.

A empresa representa no país a Beechcraft e neste ano passou a vender também aeronaves da Bombardier.

Segundo Figueiredo, hoje 70% dos aviões vendidos pela Líder são para o setor do agronegócio. Em 2012, essa proporção era de 60%.

"O avião hoje é uma ferramenta de trabalho do produtor", disse. "Ele decide a compra fazendo contas sobre produtividade como faz para comprar uma colheitadeira."

O agronegócio puxou as vendas também da Embraer, que no ano passado vendeu a maior quantidade de aeronaves agrícolas desde 2004.

Foram 70 unidades do Ipanema, modelo usado para pulverizar plantações. A marca, que igualou 2004, só foi superada em 1976, década de lançamento do modelo, com 79 unidades.


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