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Dilma adia rastreador obrigatório em carro

Regra, que entraria em vigor em 30 de junho, também deve ser afrouxada, e mecanismo pode se tornar opcional

Governo deve anunciar na próxima semana novas medidas para o setor automotivo, que tem redução nas vendas

VALDO CRUZ DE BRASÍLIA

A pedido das montadoras, que enfrentam um período de queda nas vendas, a presidente Dilma Rousseff mandou adiar novamente a entrada em vigor da obrigatoriedade de instalação de rastreadores em carros novos.

A decisão foi tomada durante reunião da presidente com o setor, no Palácio do Planalto, no final de abril e faz parte das medidas para atenuar a crise na indústria automobilística.

Na próxima semana, o governo deve anunciar novas iniciativas para socorrer o setor. Uma delas é a criação de um fundo garantidor para reduzir o risco de inadimplência nos financiamentos de veículos, o que deve contribuir para reduzir o valor da entrada e aquecer as vendas.

Segundo as montadoras, a obrigatoriedade do rastreador, dispositivo de localização de veículos, iria encarecer os carros, num momento em que o setor já reclama de alta em seus custos. Neste ano, a indústria calcula que os seus gastos subiram 5% por causa da obrigatoriedade de airbags e freio ABS, do câmbio em alta e da elevação do IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados).

OPCIONAL

O pedido de adiamento da regra, que entraria em vigor no dia 30 de junho, foi feito pelo presidente da Anfavea (Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores), Luiz Moan, à presidente com o argumento de que o mecanismo deveria ser opcional, e não obrigatório.

Durante a reunião, Dilma ligou para o ministro das Cidades, Gilberto Occhi, e orientou-o a adiar a regra. Anteontem, o Contran (Conselho Nacional de Trânsito) aprovou resolução adiando a medida por dois anos.

A Folha apurou que a presidente concordou que o dispositivo deve fazer parte da lista de acessórios opcionais.

Cada rastreador tem custo estimado entre R$ 700 e R$ 800. Além disso, o dono do carro precisa contratar um serviço com uma empresa de rastreamento por satélite.

Um executivo do setor destacou que muita gente iria comprar o veículo com o dispositivo e não contrataria o serviço de rastreamento. Como opcional, diz, só vai adquirir o dispositivo quem, de fato, quiser e tiver condições de pagar pelo seu uso.

Aprovada em 2007, a regra vem sofrendo sucessivos adiamentos. Pela decisão anterior, teria de entrar em vigor no final do ano passado, mas o prazo foi prorrogado para o final de junho de 2014. Agora, só passará a vigorar dentro de dois anos e deve deixar de ser obrigatória.

A regra atual diz que, numa primeira etapa, pelo menos 20% dos carros novos teriam de conter o rastreador. Depois, 50%, e, numa última etapa, 100% dos carros.

Não é a primeira vez que o governo vai contra decisões do Contran que visam aumentar a segurança de veículos para atender a pressões das montadoras.

Em 2013, o governo chegou a anunciar o adiamento da regra que tornava obrigatória a instalação de airbags e freios ABS nos veículos a partir deste ano. A reação negativa de entidades da sociedade civil fizeram o governo recuar e manter a medida.


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