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Outro lado
Empresa de SC diz que tentou dar mais lances
DE SÃO PAULOTrês distribuidoras que precisam comprar energia para cumprir seus contratos de financiamento ficaram muito aquém de sua necessidade no leilão realizado no final do mês passado.
São elas a Celesc, de Santa Catarina, a Amazonas Energia e a DME Distribuidora, de Minas Gerais.
No caso da catarinense, o leilão cobriu apenas 14,2% da exposição (necessidade de compra) da empresa.
No leilão, ela demandou pouco mais de 10 MW, mas deveria ter pedido 70 MW.
A dívida contraída pela Celesc em fevereiro e março deste ano foi de R$ 430 milhões, para cobrir o custo mais caro da energia comprada no mercado à vista e também da gerada pelas usinas termoelétricas, que foram acionadas para suprir a retração das hidrelétricas, com reservatórios muito baixos.
A dívida contraída pela catarinense já foi coberta pelo empréstimo, mas a empresa ainda tem direito a sacar R$ 354,2 milhões dessa conta.
Ao optar por usar o dinheiro do empréstimo em vez de fazer lances no leilão, a companhia, que passa por uma reestruturação financeira, ganha fôlego para colocar as contas em ordem até a data de reajuste, em agosto.
Segundo Eduardo Cesconeto de Souza, o pedido de 70 MW foi feito, mas rejeitado pela Aneel. "Nos liberaram apenas 5 MW referentes aos contratos que terminaram em 2013, e mais 5 MW de energia excedente", afirma.
Já Amazonas e DME nem sequer participaram do leilão. Elas receberam, como parte do empréstimo do governo, crédito de R$ 7,3 milhões e R$ 4,5 milhões, respectivamente.
A assessoria da Amazonas, que é subsidiária da Eletrobras, diz que a empresa não entrou no leilão porque não estava exposta, e que não usará o empréstimo. Mas não explicou a dívida de R$ 3,1 milhões contraída entre janeiro e fevereiro.
A DME não foi encontrada para comentar, e a Aneel não quis comentar o assunto.