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Governo adia alta de tributo sobre cerveja

Fazenda faz acordo com fabricantes e com bares e restaurantes para evitar reajustes e demissões durante a Copa

Nova tabela, que entraria em vigor em 1º.jun, será aplicada de forma escalonada a partir de setembro

EDUARDO CUCOLO VALDO CRUZ DE BRASÍLIA

O governo Dilma recuou e adiou o aumento da carga tributária das bebidas frias, como cervejas e refrigerantes, que entraria em vigor no dia 1º de junho.

O recuo foi determinado pela presidente Dilma, depois de ouvir reclamações principalmente de bares e restaurantes. O setor levou ao Palácio do Planalto o diagnóstico de que a alta de imposto traria reajustes de preços e demissões às vésperas da Copa do Mundo e das eleições.

Agora, a alta passou para 1º de setembro e não será feita de uma só vez.

O parcelamento ainda será discutido pelo Ministério da Fazenda com o setor privado. A expectativa do setor é que a maior parte do impacto fique para os próximos anos, como já foi feito com as revisões de preços da energia elétrica.

Segundo a Folha apurou, a opinião do governo mudou depois que donos de bares e restaurantes entraram em contato com o ministro Guido Mantega (Fazenda) e a presidente Dilma Rousseff.

Eles levaram ao governo dados mostrando, mesmo antes da elevação dos impostos, uma tendência de recuo das vendas, que seria agravada com a decisão da Receita.

O setor reclamou ainda que os cálculos da Receita, de que os preços subiriam em média 2,25% para os consumidores, estavam errados. Para a indústria, o aumento seria de 5%. Para bares e restaurantes, de 12% em média.

SEM REAJUSTES NA COPA

Em troca do adiamento, as empresas se comprometeram a manter investimentos, não demitir trabalhadores e não reajustar preços durante a Copa. O governo também pediu que não haja repasse para os consumidores em setembro.

O acordo foi fechado ontem com o ministro Mantega. Ao chegarem para o encontro, representantes do setor de bares e restaurantes afirmaram que havia o risco de 200 mil demissões após o evento esportivo.

Mantega afirmou que o governo tem apoiado o setor nos últimos anos ao não reajustar com frequência a tabela de preços sobre a qual incide a cobrança de IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados), PIS e Cofins.

O ministro também disse que o governo tem grande preocupação em manter a inflação sob controle e que o setor "pode dar uma contribuição importante".

"Fizemos um pacto. Todos os setores concordaram. Será uma Copa sem aumento de preço de bebidas", afirmou.

Ao adiar o aumento de tributação, o governo terá arrecadação menor, o que deve dificultar o cumprimento da meta de superavit primário. A expectativa era arrecadar R$ 1,5 bilhão até dezembro.

O ministro disse que terá de "acomodar" o impacto da medida dentro das disponibilidades do governo.


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