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Nem Copa livra comércio do pior março desde 2003

Mesmo com maior procura por TVs, vendas caem 1% ante igual mês de 2013

Supermercados vendem menos com inflação de alimentos; veículos e material de construção também pesaram

PEDRO SOARES DO RIO

As vendas maiores de TVs para a Copa não impediram o comércio de registrar um desempenho ruim em março, com queda de 1,1% nas vendas ante igual mês de 2013.

Embora próximo do previsto pelo mercado, o resultado foi o pior para o mês desde 2003, segundo o IBGE.

O comércio esfriou neste ano e tende a crescer entre 4% e 4,5%, apesar dos estímulos da Copa do Mundo, segundo analistas.

Os motivos são inflação maior (especialmente de alimentos), juros mais altos e crédito em desaceleração. O presidente da CNC (Confederação Nacional do Comércio), Antonio Oliveira Santos, disse que "esse acontecimentos recentes têm gerado certo desânimo no empresariado".

Ramos importantes venderam menos em março, como o de supermercados, que registrou queda de 1% em comparação com fevereiro devido à inflação de alimentos.

O setor puxou o varejo para baixo nessa comparação --na média, houve queda de 0,5% nesse indicador. O resultado só não foi pior por causa da expansão de 1,5% de móveis e eletrodomésticos, já sob impacto da venda de TVs para a Copa.

O Carnaval em março também reduziu o número de dias úteis, afetando o desempenho de alguns setores.

Para o economista-chefe da CNC, Carlos Thadeu de Freitas, o aumento dos preços dos alimentos, taxas de juros mais altas, expectativa de uma inflação em torno de 6,5% e os aumentos de energia e gasolina previstos para o ano que vem "indicam um cenário menos favorável."

"Os juros devem continuar altos. Agora é hora de cautela, sobretudo em relação aos estoques." Uma boa notícia, porém, é o câmbio, que apresenta menor volatilidade, o que reduz as incertezas.

No comércio varejista ampliado, que inclui o atacado, a retração de fevereiro para março foi ainda mais intensa --1,1%. O ramo de veículos registrou queda de -0,6%.

Para Aleciana Gusmão, técnica do IBGE, o setor já "começa a refletir" a alta dos estoques e a ausência do "incentivo" do IPI reduzido, estímulo retirado de modo gradual pelo governo.

O ramo de material de construção também teve desempenho ruim, com -3,1% de fevereiro para março.

De fevereiro para março, 3 das 10 atividades pesquisadas obtiveram resultados positivos nas vendas: móveis e eletrodomésticos; livros, jornais, revistas e papelaria (1,2%) e artigos farmacêuticos e perfumaria (0,5%). Já as quedas de destaque ficaram com tecidos, vestuário e calçados (-0,8%), além de supermercados e veículos.

Para abril, os primeiros dados apontam para uma recuperação do varejo, segundo Rodrigo Miyamoto, economista do Itaú. "Mas as vendas devem continuar a crescer em ritmo moderado nos próximos meses."


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