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Abono não pago pode deixar R$ 1 bi no caixa do governo

Trabalhadores dizem que governo demorou a avisar quem tem direito ao benefício e ainda não o retirou

Ministérios da Fazenda e do Trabalho afirmam que não houve retenção de recursos e que ainda farão pagamentos

EDUARDO CUCOLO DE BRASÍLIA

O governo pode ganhar um reforço de caixa de cerca de R$ 1 bilhão por conta do atraso na notificação de trabalhadores que ainda não sacaram o abono salarial 2013/2014.

O benefício anual de um salário mínimo (R$ 724), pago a quem recebeu até dois mínimos por mês no ano passado, precisa ser sacado até 30 de junho. Também é necessário ter cadastro no PIS há pelo menos cinco anos.

O dinheiro que não é retirado volta para o Fundo de Amparo ao Trabalhador, que é deficitário e precisa de recursos do Tesouro Nacional para cobrir a diferença entre receitas e despesas.

De acordo com representantes de trabalhadores e empresas no Codefat (Conselho Deliberativo do Fundo de Amparo ao Trabalhador), o governo demorou a comunicar os trabalhadores que ainda não retiraram o benefício.

O pagamento está em quase 92%, de acordo com o último balanço do FAT.

"O porcentual parece alto, mas isso dá quase R$ 1,2 bilhão. Mais de 8% dos recursos não foram retirados", diz Sérgio Luiz Leite, representante da Força Sindical no conselho.

Historicamente, os saques ficam entre 97% e 98% no final do período, segundo Leite. Para ele, essas marcas não serão alcançadas este ano.

"Como a comunicação foi feita com atraso, pode ser que aumente o número de pessoas que não vão sacar os recursos", disse o conselheiro Luigi Nese, representante da CNS (Confederação Nacional de Serviços).

De acordo com os conselheiros, o Ministério do Trabalho pediu à Caixa Econômica Federal, responsável pelo pagamento, que enviasse as cartas, mas o banco alegou falta de recursos para isso.

O representante da Força Sindical afirmou ainda que o conselho pediu que fosse feita propaganda em TV, rádio e jornais para alertar os trabalhadores, o que também não aconteceu. O atraso foi noticiada na sexta-feira (16) pelo jornal "O Globo".

Em nota conjunta, os Ministérios da Fazenda e do Trabalho informaram que "não há qualquer retenção do recurso" para fazer caixa e que já foram enviadas cartas aos trabalhadores para chegar aos níveis de pagamentos de anos anteriores.

A estimativa do governo é de um deficit superior a R$ 10 bilhões no fundo, que será coberto pelo Tesouro. Além do pagamento que termina em junho, são necessários recursos para os benefícios do calendário 2014/2015, que começam a ser pagos em julho.

Entre as principais despesas do FAT estão o abono e o seguro desemprego, que aumentaram por conta dos reajustes do salário-mínimo.


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