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Sem redução de tributo, advogados criticam veto

Setor diz que explicação para recusa de Dilma não foi usada para outras áreas

Fazenda afirma que argumento é válido, mas que, no caso das empreiteiras, houve prorrogação de benefício

DE BRASÍLIA

Advogados acusam o governo de favorecer empreiteiras ao sancionar a nova lei sobre contabilidade e tributação das empresas.

A nova lei teve origem na medida provisória 627 e sofreu 11 vetos da presidente Dilma. Entre eles, um trecho que mudaria o sistema de tributação dos escritórios de direito, reduzindo o peso dos tributos para as bancas.

Advogados dizem que Dilma usou o argumento de violação da Lei de Responsabilidade Fiscal para vetar o dispositivo, mas manteve o regime para as empreiteiras.

"Alegar renúncia fiscal para advogados e não alegar para construtoras demonstra que as informações são filtradas com a finalidade de influenciar a tomada de decisão da presidente", diz Marcos Joaquim Alves, diretor de relações governamentais do Cesa (Centro de Estudos da Sociedade de Advogados).

Dilma barrou a medida para os advogados com base nos argumentos dos ministérios da Fazenda e da Justiça.

As bancas pedem há anos que as contribuições PIS e Cofins sejam recolhidas pelo sistema cumulativo, que prevê alíquota total de 3,75% sobre o faturamento.

Hoje, elas estão enquadradas no regime não cumulativo e pagam 9,25% dos tributos. Nesse regime, despesas com insumos podem ser abatidas da base de cálculo da tributação, mas o setor argumenta que tem pouco a deduzir e, por isso, é prejudicado.

Despesas com mão de obra não podem ser abatidas.

Segundo técnicos do Ministério da Fazenda, os argumentos dos advogados são válidos. Mas a posição do ministério é que, no caso das empreiteiras, é uma prorrogação do benefício, sem impacto fiscal. A alteração para os advogados traria perda de cerca de R$ 200 milhões.

Outros profissionais liberais, como médicos, já recolhem as contribuições no regime cumulativo. Para as empreiteiras, a lei permitiu que o regime, que permite a alíquota menor, vigore até 2019.

"O veto condena a advocacia a continuar com a trava de crescimento", diz Marcelo Pereira Gômara, presidente do Sindicato das Sociedades de Advogados dos Estados de São Paulo e Rio de Janeiro.

Não é a primeira vez que há mal-estar entre a presidente Dilma e a classe. No ano passado, ela disse em um evento: "Advogado é custo, engenheiro é produtividade".


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