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Gás de xisto leva 'milagre econômico' a Houston

Em três anos, cidade gerou 45 mil empregos em energia e engenharia

Expansão do canal do Panamá estimula obras no porto da maior cidade do Texas, que não sentiu a crise

RAUL JUSTE LORES ENVIADO ESPECIAL A HOUSTON

Nos últimos três anos, os setores de petróleo, gás e engenharia criaram 45 mil empregos em Houston, maior cidade do Texas --o equivalente a 70% dos funcionários diretos da Petrobras no Brasil.

O desemprego de 5,2% é o menor entre as seis maiores regiões metropolitanas dos EUA e o crescimento do PIB, de 5,5% em 2013, foi o triplo da performance nacional.

O PIB da Grande Houston (com 6,3 milhões de habitantes) é superior à soma das economias de Minas Gerais, Rio e Espírito Santo (ou quase o PIB da Argentina).

Cerca de 30% dos empregos em petróleo e gás nos EUA estão na região metropolitana de Houston, que ganhou 3 milhões de habitantes nos últimos 20 anos. A cidade importa mão de obra sem parar --20% da população é estrangeira.

Os efeitos da explosão da produção de petróleo e gás, devido ao desenvolvimento da tecnologia do "fracking", o polêmico processo de extração do gás de xisto (com o fraturamento de rochas usando-se água e produtos químicos), são vistos por toda a parte.

"A recessão americana não deixou marcas aqui. Para cada emprego que desapareceu em 2008/09, foram criados 2,4 novos empregos e geralmente mais bem pagos", diz Patrick Jankowski, diretor de pesquisa da Parceria Grande Houston, associação de empresas que promove a região.

O Centro Tecnológico de Houston criou um programa de recapacitação para 3 mil engenheiros da Nasa, que ficaram desempregados pelos cortes no programa espacial americano, para serem reaproveitados por petrolíferas.

A cidade também será beneficiada pela expansão do canal do Panamá, que deve ficar pronta em até dois anos.

"Navios muito maiores vão passar pelo canal e nosso porto já está se adaptando. O crescimento será exponencial na próxima década", diz Brandon Huynh, gerente da multinacional belga de logística Katoen Natie, que triplica sua capacidade na cidade.

INVERSÃO DE CUSTOS

Consequência do "fracking", a queda nos preços de petróleo e gás (o preço médio do litro de gasolina na cidade é de US$ 1,13, ou R$ 2,49) já causa inversões nos custos locais. O próprio diretor da associação da Grande Houston conta que a sua conta de luz (em uma casa de 200 m2) fica em US$ 45 (R$ 100) por mês, mas a de água é quase o dobro, US$ 89 (R$ 196).

"Para se ter um impacto no mundo hoje, precisamos pesquisar mais ainda sobre os combustíveis fósseis", diz o diretor da Iniciativa Energética da Universidade Rice, Charles McConnell.


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