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Riqueza desigual

Servidores federais têm maior rendimento Número de empreendedores diminui Patrimônio informado supera PIB em 18%

GUSTAVO PATU DE BRASÍLIA

Se é verdade que caíram a pobreza e a desigualdade, a parcela mais rica da população também se beneficiou com a melhora do mercado de trabalho do país a partir da década passada.

Levantamento feito pela Folha a partir das declarações do Imposto de Renda mostra como cresceram os ganhos e o patrimônio da minoria mais bem remunerada, que representa algo em torno de 13% dos brasileiros.

Em valores corrigidos, os rendimentos totais desse grupo chegaram a R$ 82,9 mil por declarante em 2010, segundo os dados mais atualizados disponíveis para consulta na Receita Federal --ou R$ 6.905, em média, por mês.

Não é difícil imaginar a distância entre esses valores e os recebidos pela maior parte da população: basta dizer que as estatísticas oficiais consideram de classe média famílias com renda mensal a partir de R$ 291 por pessoa.

O rendimento médio por declarante aumentou 33,9% acima da inflação na segunda metade da década passada, o período de maior crescimento econômico do país desde o Plano Real.

SERVIDORES

Entre as ocupações discriminadas nos formulários da Receita, a maior renda média é a dos servidores públicos federais, incluindo os empregados nas autarquias, fundações e empresas estatais.

Esse contingente, beneficiado pela política salarial do governo Lula, declarou rendimentos tributáveis de R$ 110,8 mil por pessoa ao final do mandato do petista (dados sobre os rendimentos totais não estão disponíveis).

Já empresários --aí incluídos os de porte minúsculo, empregadores de si próprios-- declararam rendimentos de R$ 26,5 mil, os mais baixos entre as ocupações mais numerosas.

A quantidade desses empreendedores encolheu entre 2005 e 2010: possivelmente, uma consequência de melhores oportunidades de trabalho assalariado.

O patrimônio informado nas declarações do IR, concentrado em aplicações financeiras e imóveis, fechou a década atingindo o equivalente a 118% do Produto Interno Bruto, o percentual mais alto do período.

DESIGUALDADE

O uso de informações tributárias para dimensionar a desigualdade social foi um dos métodos adotados no best-seller "Capital in the Twenty-First Century [O Capital no Século 21]", do francês Thomas Piketty.

Em entrevista à Folha na semana passada, o economista disse não ter pesquisado o Brasil, um dos países mais desiguais do mundo, em razão da falta de transparência em dados como os do IR.

A Receita publica números consolidados das declarações, mas sem detalhes como a distribuição dos contribuintes por faixa de renda.


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