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América Latina é o alvo da AT&T na compra da DirecTV
Operações são a "joia da coroa" da maior provedora de TV paga na região
DirecTV tem 18 mi de assinantes na América Central e do Sul, onde o mercado cresce mais rápido que nos EUA
A proposta da AT&T para a aquisição da DirecTV dará à operadora de telecomunicações norte-americana uma presença na América Latina, região que promete grande potencial de crescimento em TV paga e banda larga móvel.
A DirecTV, com 18 milhões de assinantes na América Central e do Sul, é a maior provedora de TV paga na América Latina, onde o mercado para esse tipo de serviço vem crescendo em ritmo mais rápido que nos EUA.
A DirecTV está "em vantagem comparada com as operadoras de cabo e telecomunicações da América Latina", informou a AT&T após anunciar a sua proposta de US$ 48,5 bilhões para a compra da empresa no domingo (18).
"A América Latina tem um mercado de TV paga com subpenetração, com cerca de 40% dos domicílios assinando TV paga e uma classe média crescente, e é o segmento de clientes de mais rápido crescimento para a DirecTV."
Demonstrando a importância da América Latina para a lógica da transação, a AT&T anunciou que abriria mão de sua participação de US$ 5 bilhões na America Movil, do bilionário Carlos Slim, para facilitar o processo regulatório e conquistar os negócios da DirecTV na região.
As operações latino-americanas da DirecTV são consideradas como a "joia em sua coroa", respondendo por 95% do crescimento de sua base de assinantes, mas apenas 20% da receita.
A DirecTV estima que as receitas da região fiquem entre US$ 8 bilhões e US$ 9 bilhões até 2016, ante a projeção anterior de US$ 10 bilhões.
A empresa tem participação de 93% na Sky Brasil, a maior operadora de TV via satélite no país. Também tem fatia de 41% na Sky Mexico, controlada pelo grupo mexicano Televisa e com operações no México, América Central e República Dominicana.
A DirecTV ainda possui 100% da PanAmericana, que oferece serviços de TV via satélite sob a marca DirecTV em países que incluem Venezuela, Argentina, Chile, Colômbia e Porto Rico.
Em dezembro, a DirecTV anunciou que o seu ritmo composto de crescimento anual era de 22% na Argentina, 16% na Venezuela e quase 32% nos demais países servidos pela PanAmericana, como Colômbia e Chile.
DESAFIOS
Alguns países, contudo, apresentam formidáveis obstáculos econômicos. As flutuações cambiais e a inflação são crescentes problemas na região. O peso argentino caiu 24% em um ano, e ameaças de instabilidade política pendem sobre os negócios da DirecTV na Venezuela, onde ela é a maior operadora de TV paga, com 43% do mercado.