Saltar para o conteúdo principal Saltar para o menu
 
 

Lista de textos do jornal de hoje Navegue por editoria

Mercado

  • Tamanho da Letra  
  • Comunicar Erros  
  • Imprimir  

Vendas de imóveis canceladas sobem 11,6%

Contratos anulados somam R$ 1,3 bilhão

DANIEL VASQUES DE SÃO PAULO

A queda nos lançamentos de imóveis residenciais nos principais mercados do país leva as incorporadoras a depender mais das unidades em estoque para gerar caixa. E o cancelamento de contratos de venda, chamados distratos, acentua esse processo.

Os distratos cresceram 11,6% no primeiro trimestre deste ano em relação ao mesmo período de 2013. Eles passaram de R$ 1,20 bilhão para R$ 1,34 bilhão --trata-se da soma dos valores dos imóveis devolvidos às nove empresas que divulgaram essa informação nos balanços.

Boa parte dos cancelamentos ocorre se o cliente não arca com a dívida durante a obra ou, principalmente, quando ele não consegue obter o financiamento bancário.

Em regra, o cancelamento não é bom para a companhia, que precisará revender a unidade. Por outro lado, pode representar a troca de um cliente inadimplente por outro bom pagador.

A MRV, que atua no segmento econômico, foi a campeã em distratos, que somaram R$ 328 milhões no primeiro trimestre (alta de 41%).

Porém os cancelamentos da empresa corresponderam a 21% das vendas nos primeiros trimestres de 2013 e 2014. Ou seja, distratos cresceram, mas as vendas subiram na mesma proporção.

Rafael Menin, presidente da MRV, acrescenta que a empresa está "mais intolerante" com os clientes e "distrata rapidamente para revender por um preço mais alto".

Para Lenon Borges, analista da corretora Ativa, o maior rigor é positivo para as companhias a longo prazo.

No caso da Rossi, por exemplo, metade das unidades foi revendida em um mês. Já a PDG afirma que a revenda traz um incremento médio de 14% nos preços.

Menin afirma ainda que a Caixa e o Banco do Brasil ficaram "um pouquinho mais conservadores" na concessão do crédito, mas os bancos negam essa afirmação.

Wesley Bernabé, da corretora BB Investimentos, diz que os critérios de concessão são rígidos, mas se mantêm os mesmos.

Em menor número, o distrato ocorre por desistência de investidores. "Há quem possa ter comprado achando que haveria valorização a vida inteira", diz o diretor-executivo da Abrainc (associação de incorporadoras), Renato Ventura.


Publicidade

Publicidade

Publicidade


Voltar ao topo da página