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Planalto já vê como capitalizar se juro subir

Equipe de Dilma considera alta desnecessária, mas pode usá-la na eleição para mostrar que combate à inflação é prioridade

Durante boa parte da campanha eleitoral, índice oficial de preços pode ficar acima do teto da meta do BC

VALDO CRUZ EDUARDO CUCOLO DE BRASÍLIA

Diante do ritmo fraco da economia, a avaliação da equipe da presidente Dilma é que o ciclo de alta dos juros já tenha se encerrado, mas não será nenhuma crise se o Banco Central decidir dar um último aumento na taxa Selic de 0,25 ponto percentual na reunião desta quarta-feira (28) do Copom (Comitê de Política Monetária).

Mesmo considerando este aperto desnecessário neste momento, assessores presidenciais avaliam que ele pode até ser capitalizado positivamente pelo governo.

Primeiro, seria uma mostra de que o BC está atuando tecnicamente. Segundo, daria munição ao governo Dilma para sinalizar que toma medidas necessárias para combater a inflação mesmo em época de eleição.

A avaliação mais consensual dentro do governo, contudo, é a partilhada pelos economistas de mercado: de que os juros já subiram o suficiente --3,75 pontos desde abril de 2013, para 11% ao ano-- e estão tendo efeito sobre os índices de preços.

Isso dentro do raciocínio de que o BC, alinhado com o Planalto, tem agora como meta neste ano apenas evitar que a inflação estoure o teto da meta. No início do ano, o discurso era outro, de que o objetivo era fazer o IPCA deste ano ficar abaixo do patamar de 2013 --5,91%.

Apesar de ainda elevada, acima de 6% na taxa acumulada de doze meses (6,28% em abril), a equipe presidencial argumenta que a inflação está recuando mensalmente e que, diante de choques sazonais, o governo não poderia impor mais sacrifícios à economia.

Em abril, o IPCA registrou alta de 0,67%. Em maio, a expectativa de analistas de mercado é que recue para 0,45%, caindo para 0,34%, em junho.

IMPACTO ELEITORAL

Até o final do primeiro semestre, o governo acredita que a taxa acumulada não irá superar o teto da meta, de 6,5%. Mas depois de julho isto ocorrerá, podendo voltar a ficar abaixo deste patamar apenas no último mês do ano.

Ou seja, durante boa parte do período da campanha eleitoral a inflação vai estar acima do teto da meta, o que politicamente será negativo para presidente Dilma.

O governo manterá o discurso de que a inflação está sob controle e que, desde 2003, o índice oficial de preços tem ficado abaixo do limite da meta.

O BC tem afirmado ainda que parte da alta do IPCA este ano foi provocada por problemas climáticos, que estão afetando o preço dos alimentos temporariamente.


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