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Mercado aberto

MARIA CRISTINA FRIAS cristina.frias@uol.com.br

Conceito de desconto tende a se reduzir, diz TIM

"A política de descontos chega a seu limite. Os clientes querem agora qualidade e preferem ter uma rede móvel de dados e pagar um pouco mais. Isso já ocorre na Itália e chegará ao Brasil também", disse Marco Patuano, presidente da Telecom Italia, que detém a TIM no Brasil.

"O tema do preço ainda vai continuar importante [para uma parcela de consumidores]. Na Europa, pela crise, e no Brasil, pela classe de renda menor. Mas a trajetória é [de busca por] qualidade na rede de dados", acrescentou Patuano que esteve em Brasília na semana passada.

"No Brasil, há esse conceito de comunidades. O cliente da TIM tem uma tarifa para chamar clientes da companhia e outra tarifa [além de outros celulares] para falar com números de outras operadoras. Isso se reduziu muito na Europa."

Para ele, voz continua a ser um negócio importante.

"Na Europa, as pessoas falam muito mais que no Brasil e ainda aumenta", disse. No Brasil, onde cresce muito pouco, o segmento ainda representa 75% da receita. A demanda por dados, porém, é a que se expande mais.

Patuano esteve com o ministro Paulo Bernardo (Comunicações) na quarta-feira passada (28). Na pauta, entre os temas da telefonia, entrou a governança da empresa.

"Tivemos nos últimos meses uma grande discussão sobre o papel dos acionistas majoritários da Telco (dona de 22,4% da Telecom Italia e controlada pela Telefónica). O posicionamento do Cade teve muita influência no grupo", disse. O órgão considerou em dezembro passado o caso como de participação cruzada, multou a Telefónica e deu 18 meses para a empresa buscar uma saída.

"Hoje dez em um total de treze membros do conselho são independentes", disse.

A escolha dos conselheiros em abril ocorreu depois de muita tensão entre a Telco e grupos de acionistas comandados pela Findim, de Marco Fossati, que alegam conflitos de interesse entre a Telefónica e a Telecom Italia. Nenhum dos candidatos de Fossati entrou para o conselho.

Quanto à possibilidade de venda da TIM Brasil, Patuano reiterou mais uma vez que "esse não é o desejo da companhia. Já disse entre 40 e 50 mil vezes que o Brasil é a nossa segunda casa e queremos continuar a investir aqui".

Reconheceu, porém, que em negócios é impossível dar certezas. "Há preço para tudo, mas quando se trata de uma ativo essencial, não se busca vender. O investimentos neste ano no Brasil é de R$ 4 bilhões, fora o 4G."

ANTENAS EM POSTES DE LUZ

Para driblar a dificuldade em conseguir locais para as antenas e para obter licenças, a TIM criou no Brasil um modelo que deverá ser levado depois para a Itália.

São antenas pequenas, colocadas em postes de iluminação nas ruas, um pouco abaixo da fonte de luz. O projeto irá, de início, para Curitiba, onde chegará neste mês. A companhia afirma ter levado a ideia a outras prefeituras, entre elas a paulistana.

"As mesmas antenas poderão captar informações sobre o trânsito e a segurança nas ruas, com possibilidade de conexão com a polícia", disse Marco Patuano, presidente da Telecom Italia.

"Trocaremos os postes, que ficarão mais bonitos. É uma patente brasileira da TIM. Ainda não fechamos um número total de antenas", disse o executivo.

A empresa por ora não divulga o investimento total nesse novo projeto. Cada site deverá custar cerca de R$ 150 mil, segundo a companhia.

"A inovação demorava a chegar de quatro a cinco anos ao país", lembrou Patuano, que trabalhou no Brasil de 2002 a 2004. "Hoje vem em menos de dois anos." A empresa vai focar os investimentos em regiões metropolitanas. "Sem descuidar da cobertura de área rural, que é da nossa responsabilidade."

PROTESTO DOS IMPORTADORES

Uma carta pedindo análises mais criteriosas nos processos de investigação de dumping solicitados por companhias brasileiras contra importados foi entregue na semana no Ministério do Desenvolvimento.

O documento foi elaborado pela Abcon (Associação Brasileira dos Importadores de Bens de Consumo).

"Hoje, a partir do momento em que a indústria nacional pleiteia algo, é quase impossível que ela não consiga uma proteção, mesmo quando se prova que a importação não é prejudicial", afirma o presidente da entidade, Gustavo Dedivitis.

O executivo cita o caso do processo contra a importação de peças de porcelana como um dos que afetar os importadores de bens de consumo.

"Procuramos a Justiça para derrubar essa medida [antidumping, em vigor até janeiro de 2019]. São apenas duas empresas no país que fabricam esses produtos e, mesmo assim, a importação foi sobretaxada", acrescenta.

"As medidas antidumping têm acabado com diversos segmentos importadores."

Atualmente, cerca de 55 medidas estão em vigor no país, de acordo com dados do Ministério do Desenvolvimento. No ano passado, 42 investigações de dumping foram iniciadas.

GASTO PARA JUNTAR EMPRESAS

Após a conclusão de fusões e aquisições, companhias de países desenvolvidos desembolsam em média 14% do valor total das operações com o processo de integração, segundo pesquisa feita pela EY (antiga Ernst & Young).

O valor médio dos negócios fechados em 2013 foi de US$ 342 milhões (R$ 765 milhões), o que indica que US$ 50 milhões (R$ 110 milhões) por operação foram destinados a custos com incorporação.

"No Brasil, essa parcela é de 3,5% do valor total, e as empresas relutam em gastá-la", afirma Sérgio Menezes, sócio de transações corporativas da EY no país.

"As companhias brasileiras se preocupam mais com o processo que antecede a operação, como análise do valor da empresa que será adquirida e estudos fiscais."

Entre as prioridades das companhias, o setor de compras e marketing da empresa aparece em primeiro lugar (29%) na integração.

A parte de operações, entretanto, é a que exige mais tempo (46%) e aporte (45%).

A pesquisa, que não incluiu o Brasil, ouviu 200 altos executivos no exterior.


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