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BC europeu baixa juros e injeta mais recursos, para evitar deflação

Objetivo é estimular atividade econômica da zona do euro; novas medidas podem ser anunciadas

Para analistas, aumento de divisas não deve ir para países emergentes, mas, sim, para os Estados Unidos

ÉRICA FRAGA DE SÃO PAULO

O Banco Central Europeu (BCE) tomou medidas agressivas para estimular a atividade econômica e evitar que a região mergulhe em um cenário de deflação.

A instituição reduziu ontem as principais taxas de juros que utiliza na calibragem da sua política monetária.

A taxa que o BCE paga pelos depósitos dos bancos comerciais passou a ser negativa (-0,1%). Na prática, isso significa que as instituições financeiras terão de pagar à autoridade monetária se quiserem deixar dinheiro parado no organismo.

O BCE foi o primeiro banco central importante a dar esse passo. Seu objetivo é forçar os bancos a emprestarem recursos para empresas e pessoas físicas.

Outro empurrão nessa direção foi o anúncio de uma linha de crédito de € 400 bilhões para as instituições emprestarem para empresas. A ideia é que esses recursos sejam direcionados para operações de financiamento.

A instituição também sinalizou que deverá adotar nos próximos meses medidas extras de injeção de recursos na economia, semelhantes às adotadas desde a crise de 2007 pelos Estados Unidos e pelo Japão, conhecidas como relaxamento monetário (QE na sigla em inglês).

As medidas surpreenderam o mercado. Investidores esperavam que o BCE afrouxaria sua política monetária, mas não na intensidade das medidas anunciadas.

Apesar de a economia europeia ter iniciado um processo de recuperação, o crescimento de 0,2% no primeiro trimestre deste ano foi mais fraco do que o esperado.

Além disso, a inflação na zona do euro está em patamar muito baixo. Em maio, ficou em 0,5%, menos da metade da meta de cerca de 2% perseguida pela autoridade monetária europeia.

O risco de deflação preocupa porque consumidores podem acreditar que os preços cairão ainda mais e, com isso, prorrogar decisões de compras, prejudicando a recuperação da economia.

"As medidas alimentarão a demanda na zona do euro", diz Joseph Lake, analista da consultoria Economist Intelligence Unit (EIU). Ele ressalta, no entanto, que a região continuará em situação frágil por alguns anos ainda.

A decisão do BCE resultará em uma injeção extra de recursos na economia global. Economistas acreditam que investidores aproveitarão para tomar recursos emprestados em euros e aplicar em mercados que oferecem remuneração maior.

Para Sidnei Nehme, diretor-executivo da corretora NGO, esses recursos devem migrar para os EUA, e não para mercados emergentes.

Segundo ele, o mais provável é que os investidores busquem retorno mais seguro e evitem países como o Brasil que passam por momento de baixa confiança em relação às perspectivas da economia.


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