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Consumidor vê inflação de 7,2% daqui a um ano

Aumento do preço de alimentos leva a maior pessimismo das famílias

Para 87% dos entrevistados, a percepção é que inflação se acelerou no último ano

MARIANA CARNEIRO DE SÃO PAULO

Consumidores estão mais pessimistas com a inflação do que os analistas do mercado financeiro.

Pesquisa divulgada nesta sexta-feira (6) pela Fundação Getulio Vargas mostra que a aposta central dos consumidores é que a inflação, em maio de 2015, estará em 7,2%.

A projeção de analistas para o mesmo período, captada pela pesquisa semanal Focus do Banco Central, é de 6%.

A FGV entrevistou consumidores entre 2 e 20 de maio, em sete capitais (Porto Alegre, São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Salvador, Brasília e Recife).

A pesquisa integra a Sondagem do Consumidor, feita pela FGV com 2.100 pessoas. Três quartos dos entrevistados responderam sobre inflação (cerca de 1.500 pessoas).

Segundo o economista Angelo Polydoro, da FGV, os consumidores tendem a perceber a inflação a partir do comportamento do preço dos produtos que mais compram.

Como a inflação vem atingindo mais os alimentos, principal gasto das famílias, isso pode estar por trás do pessimismo dos consumidores com os preços.

Para 87% dos entrevistados, a inflação aumentou no último ano. É o maior percentual verificado pela pesquisa desde julho de 2013, quando 88,7% perceberam que seu custo de vida havia subido.

As famílias costumam ter previsões de inflação mais elevadas do que os economistas. Porém, de 2013 para cá, aumentou o percentual de consumidores que esperam uma piora neste quesito.

A maior parte dos entrevistados (24%) informou esperar uma inflação de 7% daqui a um ano. Em maio de 2013, a resposta mais frequente era 6%, que reunia 17,7% das opiniões. Os que previam inflação de 7% eram 17,5%.

Para Heron do Carmo, professor de economia da USP, a opinião dos consumidores sugere pouca confiança de que o governo será capaz de conter a aceleração dos preços.

A expectativa, afirma ele, é que a inflação rompa o teto da meta do governo (6,5%) no mês que vem e que siga elevada até o fim do ano.

Além disso, Carmo diz que as previsões de alta têm relação com o atual represamento de preços de itens como gasolina e energia elétrica.

"Em algum momento essa conta vai chegar", diz.

Polydoro observa que a opinião dos consumidores condiz com o comportamento da inflação, medida pelo IPCA. Assim como o índice acelerou desde janeiro, também subiu a inflação esperada pelos consumidores.

Em maio, o IPCA recuou ante o mês anterior. Da mesma forma, a previsão de inflação futura dos consumidores também cedeu: de 7,5% para 7,2%.

O economista diz ainda que a expectativa de reajuste afeta a confiança e contamina outras decisões.

"Menos confiantes, os consumidores tendem a comprar menos bens duráveis e adiam decisões como procurar ou mudar de emprego", afirma.


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