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MARIA CRISTINA FRIAS cristina.frias@uol.com.br

Negócios nos parques

Áreas de proteção ambiental podem gerar empregos e R$ 168 bi, mas precisam de investimentos

O aproveitamento turístico de unidades de conservação brasileira, como áreas de proteção ambiental e florestas nacionais, poderia gerar uma receita de até R$ 168 bilhões em dez anos.

O número é de uma pesquisa feita pelo Instituto Semeia, entidade sem fins lucrativos que tem Guilherme Passos como conselheiro.

"O estudo procura estimar o potencial de geração de emprego e renda que as unidades de conservação podem ter se forem encaradas pelos governos como ativos, em vez de passivos", diz Passos.

Os R$ 168 bilhões seriam alcançados caso o Estado investisse em parcerias para melhorar a infraestrutura dos locais e considerando que a renda do brasileiro chegasse a um terço da do americano.

Em um cenário mais pessimista, no qual apenas fossem criados planos de manejo (documentos técnicos que definem os objetivos e as normas das unidades de conservação), a receita ficaria em R$ 53 bilhões.

Hoje, porém, 84% das unidades criadas há mais de cinco anos não tem um plano de manejo, mostra o estudo.

"O plano não é o responsável por incrementar o turismo, mas, ao fazê-lo, cria-se a figura do gestor, que engaja a sociedade. Esse processo está atrelado ao aumento dos investimentos nos parques", diz a diretora-executiva do instituto, Ana Luisa da Riva.

Segundo a pesquisa, das 1.800 unidades de conservação do país, 777 poderiam ser exploradas turisticamente. Dessas, 30% têm uma maior vocação para a atividade.

Os investimentos para atrair visitantes aos parques, no entanto, precisam sem ampliados, afirma Riva.

Estima-se que haja um deficit orçamentário de, ao menos, 20% no setor. O Semeia calcula que foram destinados R$ 447,9 milhões às unidades de conservação do país em 2012 --12% a menos que no ano anterior.

Para Passos, há diferentes modelos válidos na gestão de parques, mas parcerias público-privadas são uma boa solução. "Possibilitam uma unidade na administração."

A seguir, exemplos de parques cujo potencial turístico é explorado.

LABORATÓRIO AMERICANO

No Yellowstone, um dos mais famosos parques norte-americanos, concorrências são lançadas a cada cinco anos para determinar as empresas que atuarão no local.

A receita total dos concessionários é de aproximadamente US$ 230 milhões (cerca de R$ 515 milhões).

O projeto de administração prevê que a gestão seja descentralizada. Assim, cada empresa que trabalha no parque oferece um tipo de serviço. Já houve, inclusive, um acordo que permitiu a uma companhia realizar a extração de material genético.

O negócio previa a transferência de recursos financeiros para o parque, além de pagamento de royalties por qualquer produto comercializado que possuísse material desenvolvido a partir dos recursos de Yellowstone.

A receita obtida através dessa parceria foi dividida entre a administração do local e o National Park System, uma das agências do governo americano responsáveis pela gestão de parques.

NO BRASIL

O Parque Estadual de Ibitipoca (MG) é um dos exemplos brasileiros de como investimentos em infraestrutura alavancam o turismo, segundo o relatório da Semeia.

O local recebeu melhorias simples em 2008, como estrutura de recepção e acesso fácil, e foi alvo de um plano de manejo. Como resultado, nos últimos três anos, a oferta de hospedagem ao redor do parque cresceu 28,6%.

O turismo também foi um dos responsáveis por melhorar a qualidade de vida de moradores da região, ainda de acordo com a Semeia.

Pesquisa feita em 2011 mostrou que 54,6% das pessoas que trabalham com turismo na localidade haviam atuado anteriormente em serviços domésticos ou gerais.

MAIS DIAS

Cerca de cem empresas têm concessão para atuar no Parque Nacional de Tongariro, na Nova Zelândia. São companhias que oferecem transporte, acomodação e caminhadas guiadas, entre outras atividades.

Os dados aos quais a Semeia teve acesso mostram que essas empresas movimentaram US$ 25 milhões em 2002.

Segundo pesquisa do Departamento de Conservação (responsável pelos parques do país), 20% dos visitantes que pernoitaram no Tongariro não teriam dormido no local se o serviço de hospedagem não estivesse disponível.

Pouco mais de 60% nem teria visitado o local. Se não houvesse acomodação, os turistas teriam ficado 1,01 dia a menos no parque.

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Tecnologia A Cerviflan, fabricante de embalagens metálicas de aço, investirá neste ano cerca de R$ 15 milhões na aquisição de equipamentos.

Inovação... A Algar investiu R$ 17,5 milhões em projetos de inovação de seus funcionários que serão apresentados nesta semana em MG.

...mineira Com os experimentos, a companhia espera ter um retorno financeiro de cerca de R$ 40 milhões em 12 meses.

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FESTA CARA

Cerca de 80% dos brasileiros entrevistados pela consultoria Ipsos acreditam que o país não deveria sediar a Copa do Mundo e que o dinheiro gasto poderia ter sido melhor aproveitado.

O Brasil aparece com o maior percentual entre as 26 nações analisadas no estudo. A média global é de 59%.

Pouco mais de 35% da população do país, porém, afirma que receber o Mundial vai gerar benefícios.

Questionados se as cidades têm a infraestrutura necessária para receber eventos como Copa do Mundo e Olimpíada, 74% dos brasileiros disseram que não. A média em todo o mundo foi de 52%

A consultoria ouviu cerca de 19 mil pessoas.


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