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Arena do Marketing - Marcelo Serpa

Falhas com Copa prejudicam a marca Brasil no exterior

Para publicitário, país vai pagar caro pela exposição, mas visão pessimista vai passar em um período de cinco anos

DE SÃO PAULO

A Copa do Mundo trouxe um holofote para as deficiências de infraestrutura e a desigualdade social no país, a ponto de acentuar o mau humor e de prejudicar a chamada marca Brasil, que representa como a nação se vende no cenário internacional.

A afirmação é de Marcello Serpa, sócio da agência AlmapBBDO, durante a edição desta segunda (9) do Arena do Marketing, evento promovido pela Folha em parceria com a faculdade ESPM.

Mediado pela jornalista Thais Bilenky, coordenadora de Artigos e Eventos do jornal, o debate teve a participação diretor-geral da graduação da ESPM de São Paulo, Luiz Fernando Garcia.

"Não acho que a marca Brasil' está ameaçada. Está passando por um momento muito difícil", disse Serpa.

"Há dez anos, mudou a forma como o Brasil se apresentava, houve crescimento econômico, viramos capa da [revista britânica] Economist' [em 2009], a nossa autoestima aumentou. Eu me lembro de clientes dizendo que se tratava de um novo Brasil. Eu pedia calma e dizia que havia uma certa inflação do ego nacional."

"Mas temos problemas de infraestrutura. E a Copa amplificou também a nossa incompetência. Se isso ficasse só entre nós, poderíamos discutir em que melhorar... Tem bilhões de pessoas assistindo. A gente quis se expor, mas não soube se expor. Vamos pagar um preço por isso", completou Serpa.

De acordo com o publicitário, daqui a cinco anos essa visão pessimista sobre o Brasil passará. "Se há cinco anos nossa imagem não era 100% real, hoje a imagem negativa lá fora também não é", disse.

"Somos um país que deixou a desculpa da adolescência para trás. Temos muita desigualdade social, racismo velado, uma dificuldade enorme [de eficiência na infraestrutura]. [Reconhecer isso] É um sinal de maturidade", afirmou Serpa.

GOVERNO

O publicitário criticou o elevado gasto do governo com propaganda que, segundo ele, é incompatível com o resultado obtido. "A quantidade de gasto com propaganda oficial é tão grande que, mesmo errando muito, eles poderiam ter comunicado alguma coisa melhor."

Segundo ele, o horário de comunicação da Petrobras, por exemplo, é enorme, mas ineficiente por tentar falar "tão bem" dos esforços da companhia estatal.

"As pessoas não são mais tão influenciáveis. É preciso ter um fundo de verdade [na comunicação]. Isso vale não só para a Petrobras, mas para o Banco do Brasil, a Visa, a Volkswagen... Não dá para você criar uma campanha que seja totalmente ilusória."

"Hoje, as pessoas estão ligadas na internet, estão muito mais antenadas e questionam. Tudo é questionável."

PREMIAÇÃO

Para o publicitário, um dos mais premiados do país, "prêmio bom é aquele que você ganha constantemente".

"Ganhamos vários prêmios, mas a constância é importante. Fomos por três anos a agência mais premiada em um ranking mundial. Cada Leão [prêmio do festival de Cannes] vencido é muito sofrido", disse o profissional.


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