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Governo interfere na disputa de empresas pela marca iPhone

Advocacia-Geral da União defende na Justiça cessão de registro para Gradiente e não Apple

Para o Inpi, decisão favorável à americana pode ferir lei e criar insegurança jurídica para marcas nacionais

JULIO WIZIACK DE SÃO PAULO

A AGU (Advocacia-Geral da União) entrou em campo para interferir em uma disputa entre a Apple e a Gradiente. As empresas disputam o uso da marca iPhone, mas o que está em jogo é a reputação do Instituto Nacional de Propriedade Intelectual (Inpi).

Responsável pelos registros de marcas e patentes no país, o instituto, uma autarquia federal, concedeu a marca iPhone para a Gradiente, em janeiro de 2008, após oito anos do pedido.

A Apple lançou o iPhone primeiro nos EUA, em 2007, ano em que procurou o Inpi. No Brasil, o aparelho só chegou em maio de 2008. A Gradiente lançou em 2012.

Apesar da fama mundial do iPhone da Apple, a legislação brasileira de marcas e patentes é clara ao definir que leva o registro quem primeiro entrou com o pedido. Nesse caso, a Gradiente.

Sem sucesso no Inpi, a Apple foi à Justiça contra a Gradiente e o próprio instituto.

O processo corre na Justiça do Rio de Janeiro desde janeiro de 2013 e a Apple obteve vitória em primeira instância.

A Gradiente recorreu e, segundo apurou a Folha, o caso deve ser decidido pelo Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro nesta sexta-feira (13).

A votação será retomada após o pedido de vistas de um dos cinco desembargadores. Dois já tinham votado em favor da Apple --o que alertou a procuradoria do Inpi, um braço da AGU no instituto.

REAÇÃO FEDERAL

Em entrevista à Folha, o procurador-chefe do Inpi, Mauro Maia, disse que foi a campo, pessoalmente, para defender a concessão do registro para a Gradiente.

"Não defendo a empresa, mas o ato do Inpi", disse. "Eu esperava discutir tudo na Justiça sobre esse caso, menos um princípio tão básico da lei de marcas e patentes [o de que tem direito à marca quem primeiro pediu registro]."

Para Maia, caso a Justiça fluminense decida em favor da Apple estará violando a própria legislação e criando uma insegurança no país. "Outras empresas poderiam enfrentar a mesma situação."

Os desembargadores que já votaram concordam que a Apple e a Gradiente compartilhem a marca. A Gradiente só usaria a expressão Gradiente iPhone, como aparece hoje no seu telefone celular.

"Somos os donos da marca iPhone e a lei nos garante que podemos usá-la como quisermos", disse Staub. Para ele, a Apple contesta a decisão do Inpi porque não quer negociar o uso da marca.


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