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Para BC, injeções suspeitas de recursos ajudaram Rural

Comissão investiga simulações em operações de aumento de capital

Empresas envolvidas na apuração do Banco Central negam irregularidades em operações com Rural

(RENATA AGOSTINI, FILIPE COUTINHO E JULIA BORBA) DE BRASÍLIA

Não fossem os sucessivos aumentos de capital feitos no Banco Rural, ele teria quebrado anos antes de ter sua liquidação decretada pelo BC, em 2013. O BC coloca essas injeções de capital sob suspeita.

É o que diz o relatório da Comissão de Inquérito do BC que investiga a quebra do chamado "banco do mensalão".

O BC concluiu que o banco recebeu R$ 363 milhões em operações de aumento de capital desde 2007.

A comissão diz que houve simulação de injeção de R$ 65 milhões em 2011.

O aumento de capital só foi possível, segundo o BC, porque o Rural montou com a J&F, do empresário Joesley Batista, operação conhecida como "troca de chumbo": triangulação na qual um banco concede crédito a uma empresa, que realiza igual concessão de crédito em retorno.

Em 2011, o Banco Rural realizou duas operações de crédito, de R$ 30 milhões e de R$ 10 milhões, à J&F Participações, e fez dois outros empréstimos de igual valor à Flora, controlada pela J&F.

Quatro dias depois, o Banco Original, também pertencente à J&F, concedeu crédito de R$ 80 milhões para a Trapézio, então controladora do Banco Rural. Foi daí que saíram os R$ 65 milhões do aumento de capital.

A J&F afirma que o departamento jurídico do Banco Original apresentou ao BC todas as informações com provas de que não houve operação casada e que "sempre atuou dentro das melhores práticas e regras vigentes da legislação brasileira".

Disse ainda que os gestores da J&F "não têm controle nem acompanham as operações do Banco Original, e vice-versa, já que são times diferentes e independentes" e que o Grupo J&F "mantém relacionamento há mais de 20 anos com o Banco Rural, com que realizou diversas operações financeiras".

O BC destaca ainda injeções feitas pelo empresário Rufino Damásio, fundador do grupo R. Damásio, do Piauí.

Segundo o relatório, nos cinco anos pré-liquidação, Damásio e sua mulher compraram ao menos R$ 160 milhões em títulos do banco.

O BC diz, porém, que "não foi possível aprofundar as investigações" e não é possível "lançar dúvidas relevantes sobre a legitimidade das operações". Damásio diz que o dinheiro já estava investido há anos no Rural e o BC foi "omisso" em não intervir mais cedo. "Confiei não foi no Rural, foi no BC que deixou o banco operar".

O BC diz que sua atuação "se pautou por detida análise técnica e jurídica, nos termos da legislação aplicável"


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