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Dilma deve anunciar 'pacote de bondades'

Com empresários mais próximos da oposição, presidente deve revelar amanhã série de medidas ao setor privado

Para empresariado, ação é vista com bons olhos, mas é preciso verificar se promessas se tornarão realidade

RAQUEL LANDIM DE SÃO PAULO

Em período pré-eleitoral, a presidente Dilma Rousseff decidiu fazer um "afago" para os empresários, que estão cada vez mais próximos dos candidatos de oposição nas eleições de outubro.

Ela recebe no Planalto nesta quarta-feira (18) representantes da indústria e deve anunciar um "pacote de bondades". Será o terceiro encontro com o setor privado em menos de um mês.

As medidas, que ainda estavam em discussão, foram divididas em três grupos: tributárias, de crédito e regulatórias. Segundo apurou a Folha, contemplam diversos temas (veja quadro abaixo).

A reunião de amanhã é um "retorno" da presidente para as demandas que recebeu dos empresários em encontro realizado no dia 22 de maio. Ela promete responder todos os pleitos que recebeu.

Naquela ocasião, Dilma, que é muito criticada por governar sem ouvir o setor privado, fez questão de cumprimentar mais de 30 pessoas uma a uma. O encontro se estendeu por três horas, muito além do previsto.

A queda na confiança dos empresários é um dos fatores que têm dificultado um crescimento mais rápido da economia. Dilma já admitiu que o país vive um "problema seriíssimo de expectativa".

Também participarão da reunião de amanhã os ministros Guido Mantega (Fazenda) e Mauro Borges (Desenvolvimento).

Empresários ouvidos sob anonimato veem a aproximação de Dilma com "bons olhos. "É ótimo que ela nos escute", disse um dos convidados. Mas afirmam que os pleitos não são novos, só estão na agenda por causa das eleições e que é preciso verificar se as promessas se transformarão em realidade.

MEDIDAS

O "pacote de bondades" ainda não havia sido finalizado na segunda (16) e medidas podem entrar ou sair. Como o espaço fiscal está reduzido pela menor arrecadação, alguns itens são promessas para 2015, se Dilma for reeleita.

É vista com simpatia a retomada, no ano que vem, do Reintegra, programa que devolve tributos aos exportadores. Mas o programa voltaria com alíquota simbólica para não pesar nas contas públicas. Em sua versão original, custava R$ 3 bilhões.

É provável ainda que o governo já sinalize que renovará o PSI (Programa de Sustentação do Investimento), do BNDES, em 2015. O programa expira em dezembro e vai custar R$ 50 bilhões ao Tesouro neste ano.

A visão no governo é que renovar o PSI por mais um ano nessas condições não significa aumentar gastos, porque o programa já existe.

Mas Dilma não deve atender a outro pleito para aumentar os recursos do Revitaliza, destinado a capital de giro, também do BNDES.

A justificativa é que o banco de fomento deve se focar em investimentos e que essa medida iria na contramão do esforço do Banco Central (BC) para desacelerar o crédito e controlar a inflação.

Até esta segunda-feira (16), estava previsto que o governo planejava rediscutir as novas regras para segurança do trabalho na utilização de máquinas, que tem sido motivo de protestos pela indústria.

Também deveria enviar ao Congresso um projeto de lei sobre o acesso ao patrimônio genético brasileiro. Fabricantes de cosméticos e remédios foram autuadas por desenvolver produtos com a fauna e a flora brasileiras sem as autorizações cabíveis. As multas já aplicadas serão anistiadas.

Outras medidas, que fazem parte do "pacote de bondades" de Dilma, já foram anunciadas, como a desoneração permanente da folha de pagamento, que vai custar R$ 21,6 bilhões.


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