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"Método Ambev" falha e Giroflex faz pedido de falência

Empresa cortou custos e conseguiu grandes contratos, mas não reverteu crise financeira

DAVID FRIEDLANDER DE SÃO PAULO

Depois de perder a marca para um dos antigos donos e de ser despejada do imóvel onde tinha fábrica, a Giroflex, famosa por suas cadeiras de escritório, entregou os pontos e entrou com pedido de falência na Justiça.

A empresa, que faturava cerca de R$ 200 milhões por ano, dava prejuízo e deve cerca de R$ 80 milhões a bancos, fornecedores e empregados. Para que a falência seja decretada, o pedido precisa ser aprovado pela 3ª Vara Cível de Taboão da Serra (SP), onde ficava a fábrica.

"A operação não se sustentava. Não há como competir com os produtos importados e insistir só aumentaria o prejuízo para todos", afirma o advogado da empresa, Ivan Vitale Jr.

Fundada por imigrantes alemães no início dos anos 50, a Giroflex hoje pertence ao fundo de investimento Galícia, formado por ex-executivos de nome como Magim Rodrigues, ex-presidente de Lacta, Brahma e Ambev, Luiz Cláudio Nascimento, ex-presidente da incorporadora Gafisa, e Sérgio Saraiva, que fez carreira na Ambev.

Eles compraram a Giroflex em situação crítica em 2011, da Associação Beneficente Tobias, uma ONG que herdara o negócio de um dos fundadores. Acharam que podiam fazê-la dar lucro.

Implantaram os métodos administrativos da Ambev, com corte obsessivo de custos e cobrança agressiva de resultados. Chegaram a falar em quintuplicar o faturamento da empresa e atingir R$ 1 bilhão em 2017.

A empresa conseguiu grandes contratos, como o fornecimento de assentos para os estádios do Maracanã e Beira-Rio, e para os aeroportos de Viracopos e de Guarulhos. Nada deu resultado.

Segundo o advogado Vitale Jr., chegou-se a pensar em pedir recuperação judicial em vez de falência. "Mas não há como tirar a diferença em relação aos concorrentes importados, que chegam com preços até 40% menores que os da Giroflex."

Os controladores desistiram da Griroflex há duas semanas, pouco depois que a fábrica de Taboão da Serra recebeu ordem de despejo, por atraso no aluguel do imóvel.

Dias antes, a empresa tinha perdido a marca para um antigo sócio, também em razão de uma dívida que acabou não sendo paga.


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