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'Bolsa de Valores' de tênis é febre entre jovens dos EUA

Adolescentes lotam eventos no país para comprar e vender calçados de grife

Para consultor, negócio tem atmosfera de culto; rapaz recusou oferta de US$ 98 mil por tênis autografado por rapper

DO "NEW YORK TIMES"

Com tênis pendurados em volta dos pescoços e os bolsos cheios de dinheiro, rapazes jovens lotam salões de festas de hotéis e ginásios de escola dos Estados Unidos, gritando e barganhando como se o seu lugar natural fosse um pregão de Bolsa.

"Quanto quer por eles?", perguntou John Leonardo em um evento em Nova Jersey. "Quanto você oferece?", alguém gritou de volta.

Em uma sucessão acelerada de transações, Leonardo, 13, vendeu, comprou ou trocou 20 pares de tênis de basquete de grife. O valor de varejo de sua coleção saltou de US$ 340 para US$ 1.155.

Leonardo e milhares de outros adolescentes, conhecidos como "sneakerheads", formam uma subcultura florescente que usa Instagram, Facebook e convenções de fins de semana para localizar, vender e trocar cobiçados tênis de basquete de grife.

Os adolescentes que cresceram com o eBay e a internet aprenderam a arte de barganha para melhorar suas coleções --e ocasionalmente lucram com o processo.

Embora o lucrativo mercado de varejo de tênis já exista há décadas, nos últimos anos essas Bolsas informais de tênis vêm se espalhando de cidade em cidade. É a mais recente fase da mania por calçados esportivos.

E os negociantes adolescentes que participam dessas convenções conhecem o mercado e são capazes de recitar os valores de revenda e discutir com entusiasmo as grandes transações e as datas de lançamento de novos modelos, com a mesma facilidade que outros fãs do esporte têm para discutir estatísticas de beisebol.

Joseph Diorio, 34, que organiza e promove eventos de venda de tênis em cidades como Nova York e Miami, compara a mania dos tênis ao negócio das revistas em quadrinhos. "Creio que as coleções de tênis viverão para sempre porque existe uma história por trás de cada modelo."

Em muitos desses eventos, realizados praticamente a cada semana em todo o país, os participantes que pagam US$ 25 para se inscrever como negociantes podem levar um máximo de cinco pares para trocar ou vender e faturam entre US$ 300 e US$ 800, a depender do local.

Para exibir seus produtos como verdadeiros comerciantes, eles podem pagar US$ 125 por uma mesa que acomoda três pessoas --e obtém giro médio diário de US$ 2.000 a US$ 4.000, com picos que se aproximam dos US$ 20 mil.

"Revender tênis de basquete tem uma atmosfera que se parece com a de um culto", disse Marshal Cohen, analista-chefe do setor na consultoria NFD Group.

"A impressão é a de que é um negócio clandestino, mas são transações legais. E é empolgante acompanhá-las porque representam uma forma real de renda."

Renda que pode chegar a US$ 98 mil, caso de uma oferta feita por um tênis Nike, com design do rapper Kanye West e assinado pelo cantor. Proposta devidamente recusada pelo proprietário.

"Eu sei que com esse dinheiro poderia comprar uma casa", disse Jonathan Rodriguz, 18. "Mas sou muito fã de Kanye West. Posso ganhar dinheiro trabalhando."


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