Saltar para o conteúdo principal Saltar para o menu
 
 

Lista de textos do jornal de hoje Navegue por editoria

Mercado

  • Tamanho da Letra  
  • Comunicar Erros  
  • Imprimir  

20 anos depois

Real compra mais hoje nos EUA do que na Copa de 94

Produtos brasileiros encareceram mais que os americanos nesses 20 anos

Impostos menores e mais competição derrubam preços no exterior e ampliam poder de compra do real

TONI SCIARRETTA DE SÃO PAULO

Há quase 20 anos, a seleção brasileira do então técnico Carlos Alberto Parreira desembarcava vitoriosa no Brasil, vinda da Copa dos EUA.

Além da taça, os tetracampeões trouxeram no avião souvenires como televisões gigantes (de tubo), videocassetes e laptops, que acabaram presos na alfândega.

Era o Brasil do recém-criado Plano Real, quando US$ 1 dólar valia R$ 1, que elevou subitamente o poder de compra dos brasileiros no exterior e fez a alegria da classe média nas viagens à Disney.

Vinte anos depois, a seleção brasileira ainda está longe de vencer a Copa. E não haverá constrangimento em alfândegas alheias, porque o Brasil se tornou um dos países mais caros do planeta devido, entre outros fatores, à valorização do real.

Que o digam os estrangeiros que pagam US$ 10 por uma caipirinha em Nova York e R$ 30 (US$ 13,60) na Vila Madalena (zona oeste de SP).

MAIS PODER DE COMPRA

O poder de compra do brasileiro que viaja aos EUA é ainda maior do que em 1994.

Um dos motivos é a inflação, que foi maior no Brasil.

Há 20 anos, uma compra de R$ 100 num supermercado brasileiro custaria hoje R$ 466, atualizando pelo IPCA até maio (último dado). Os R$ 100 equivaliam a US$ 100, que, corrigidos pelo CPI (índice de preços ao consumidor americano) chegariam hoje a US$ 155 (R$ 341).

Levando em conta a atualização das respectivas inflações, o dinheiro do brasileiro "vale" 35% mais no câmbio atual (R$ 2,20), diz o matemático José Dutra Vieira.

Além disso, os EUA estimularam a economia com juro baixo, corte nos impostos e desvalorização da moeda para vender mais no exterior.

Comparando com os EUA, os mesmos produtos chegam a custar o dobro no Brasil, somando impostos e o impacto da concorrência e da saturação do varejo nos EUA, segundo Gilberto Braga, do Ibmec.

Um exemplo é o iPad mini, que custa US$ 399 (R$ 878) nos EUA e R$ 1.499 no Brasil.

"O mundo se tornou uma máquina de eficiência, mas ficamos fora disso", disse Nathan Blanche, da Tendências.


Publicidade

Publicidade

Publicidade


Voltar ao topo da página