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Alimento ajuda e inflação de junho recua

Sinais, porém, são de que queda da atividade pressionará menos a alta de preços neste 2º semestre, dizem analistas

Nos 12 meses que se completaram no mês passado, alta foi de 6,52%, acima da meta fixada pelo governo

MARIANA CARNEIRO DE SÃO PAULO PEDRO SOARES DO RIO

A inflação de junho trouxe sinais de que a alta dos preços neste ano pode ser menos intensa do que se previa, e um dos motivos para isso não é positivo. É resultado do esfriamento acelerado da atividade econômica.

O IPCA (índice que mede a inflação oficial) cedeu de 0,46% para 0,40% em junho. Porém, no acumulado dos últimos 12 meses, foi a 6,52% e superou a meta fixada pelo governo (6,5%).

Os alimentos ficaram mais baratos no mês passado (-0,11%) e analistas ressaltam que esse grupo está subindo menos neste ano (5,07%) do que em 2013 (6,02%).

No atacado, os preços agropecuários registraram deflação de 2,97% em junho e há expectativa de que essa baixa chegue ao consumidor.

Mas a inflação oficial, divulgada nesta terça-feira (8) pelo IBGE, revela também que produtos industriais, abalados pelo consumo mais moderado, tiveram preços reduzidos.

É o caso de automóveis novos, cujas vendas caíram 10,2% no primeiro semestre. Os veículos registraram deflação de 0,06% no mês. Os automóveis usados, de 0,13%.

Mesmo no mês da Copa, televisores ficaram 1,38% mais baratos, segundo o IBGE.

"Isso é um indício de que as lojas estavam superestocadas e tiveram que fazer liquidações antecipadas", afirma Luís Otávio Leal, do banco ABC Brasil.

"Esse efeito de uma economia mais fraca, com juros elevados, mercado de trabalho em desaceleração e queda da produção da indústria, deve se intensificar no segundo semestre e ajudar a manter a inflação no limite", diz Luiz Roberto Cunha, da PUC-Rio.

O recuo não tira, porém, a inflação da zona de risco. A expectativa de analistas ouvidos pela Folha é que ela fique acima dos 6,5% nos próximos meses e feche o ano ao redor desta marca.

Para Alberto Ramos, do Goldman Sachs, está se formando um cenário em que a economia cresce pouco e, ainda assim, mantém uma inflação elevada.

Uma das razões é que o mercado de trabalho mostra-se resistente. Apesar da redução na oferta de vagas, o desemprego ainda é baixo e os reajustes salariais seguem acima da inflação. Isso faz com que os preços de serviços não cedam.

"A inflação está muito alta e estaria ainda mais alta não fosse a repressão no câmbio e nos preços administrados [como gasolina e ônibus]", diz Ramos.

O economista-chefe do Citibank, Marcelo Kfoury, acrescenta que os preços da energia estão subindo mais neste ano. Em julho, recairá sobre os índices o reajuste em São Paulo, que deve produzir sozinho impacto de até 0,13 ponto percentual na inflação.


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