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Ranking de fundos

Um em cada quatro fundos cumpriu meta no semestre

Maioria dos produtos perdeu para índices que deveria superar no período

Captação semestral de recursos ficou em apenas R$ 1,9 bilhão, o pior desempenho pelo menos desde 2002

DE SÃO PAULO

Apenas um de cada quatro fundos de investimento multimercado --aqueles livres para apostar em ações, juros e moedas-- conseguiram render mais do que o CDI (juros dos empréstimos entre bancos) no primeiro semestre.

A notícia é uma tragédia para os gestores que, por mais estudos e experiência acumulada, não conseguiram cumprir o prometido: cuidar do dinheiro do cliente melhor do que ele faria se comprasse títulos públicos ou privados de baixo risco.

Apenas 64 de um total de 277 desses fundos bateram o CDI, que ficou em 4,97%, segundo estudo do sistema Comdinheiro. De um total de R$ 60,9 bilhões nesses fundos, só R$ 14 bilhões atingiram essa meta.

As explicações são várias: vários gestores apostaram na alta do dólar, mas a moeda americana recuou; a inflação acelerou mais do que o previsto; os títulos e ações de países emergentes derreteram com a perspectiva de retirada dos estímulos nos EUA.

No caso dos fundos DI, só 3 de 135 fundos superaram o CDI. Desse total, 12 perderam para a inflação (3,75% do IPCA) e 4 renderam menos do que a poupança (3,39% no primeiro semestre).

Pelo caminho, ficaram todos os fundos com taxas de administração elevada, que corroem o rendimento.

Os fundos de renda fixa, que investem em títulos prefixados, foram os ganhadores do semestre marcado pela estabilização dos juros. De 194 fundos, 68 superaram o CDI. Esses fundos têm títulos antigos com taxas elevadas, que se valorizam com juros em queda ou estáveis.

"Poucos fundos estão conseguindo entregar. O cliente está cético, não acredita mais em guru do mercado. A seleção da aplicação fica cada vez mais criteriosa", disse Beto Domenici, estrategista da gestora Rio Bravo.

"É difícil mostrar consistência em longo prazo. Os vencedores do ranking do ano passado são os perdedores deste ano e vice-versa", disse Rafael Paschoarelli, professor da USP e responsável pelo ranking da Folha.

O resultado foi que os fundos como um todo captaram R$ 1,9 bilhão em recursos no primeiro semestre, já descontando os resgates. Foi o pior desempenho ao menos desde 2002, início da pesquisa.

Em 2002, período tumultuado pela eleição do presidente Lula, houve saques (líquidos de aplicações) de R$ 22,9 bilhões. No primeiro semestre do ano passado, a captação somou R$ 103,59 bilhões.


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