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Superavit do governo no primeiro semestre é o menor em 14 anos
Só 21% da meta de economia para 2014 foi cumprida até agora
Com a fraca atividade econômica, que vem afetando a arrecadação de impostos, o governo federal fez, no primeiro semestre, a menor economia para o pagamento de juros da dívida em 14 anos.
De janeiro a junho, as receitas superaram em R$ 17,2 bilhões as despesas do governo federal com pessoal, custeio, programas sociais e investimentos.
O valor equivale a 0,69% do PIB, menos da metade da economia feita pelo governo federal no mesmo período de 2013 (R$ 34,6 bilhões, ou 1,48% do PIB), e representa apenas 21% da meta de superavit primário para o ano.
Em junho, houve um deficit primário de R$ 1,9 bilhão, o pior resultado para o mês da série, que começa em 1997.
O Tesouro apontou efeito dos feriados da Copa sobre o desempenho do mês, além do desaquecimento econômico.
"O resultado fiscal foi menos dinâmico", afirmou o secretário do Tesouro, Arno Augustin, ao comentar os dados do ano. "Ele é decorrente de uma receita menos forte, que tem a ver também com atividade econômica do semestre e com a temperatura da economia menor. Isso significa menos inflação."
Segundo o secretário, o Tesouro continua "trabalhando com a meta" e que confia em "dois fenômenos" no segundo semestre para que ela seja cumprida: mais crescimento econômico, com consequente alta de receita, e arrecadação de parcelas do programa de parcelamento de dívidas tributárias, o Refis.
No total, a estimativa oficial é que entrem nos cofres públicos R$ 18 bilhões no ano com o Refis.
Para reforçar seu caixa, o governo trabalha ainda com a entrada de R$ 13 bilhões no ano com a concessão de serviços públicos.
Até junho, entrou R$ 1,2 bilhão. Desse total, o governo estima que R$ 8 bilhões venham do leilão da faixa de frequência para internet 4G, previsto para setembro.
Para cumprir a meta, o governo conta, ainda, com a arrecadação de dividendos das estatais --no primeiro semestre, foram R$ 10,5 bilhões, valor 36,3% superior ao mesmo período do ano passado.
O descompasso entre arrecadação de receitas e gastos do governo fica evidente nos resultados do semestre.
As receitas cresceram 7,2% de janeiro a junho, enquanto as despesas tiveram expansão de 10,6% no período, em comparação com o mesmo período do ano passado.