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Contratos de energia expirados para 2015 preocupam indústria

Estimativa é que 30% do consumo do chamado mercado livre ainda não tenha fornecimento garantido para o ano

Média costuma ser de 15% nesta época do ano; temor é ainda maior por causa dos preços altos

JOANA CUNHA DE SÃO PAULO

O volume de grandes consumidores industriais que ainda não têm contratos de energia fechados para o ano que vem preocupa o setor.

A estimativa é que 30% do consumo do mercado livre esteja descontratado em 2015, de acordo com João Carlos Mello, presidente da consultoria Thymos Energia, com base nos padrões de con- tratos do setor em geral publicados pela CCEE (Câmara de Comercialização de Energia Elétrica).

A média de descontratação em viradas de anos costuma ser de 15%. De acordo com Mello, porém, o que preocupa para o próximo ano são os altos preços esperados.

"Essa quantidade é importante pois há grandes cargas sendo recontratadas em 2015. Mas se criou uma situação de oferta reduzida. A renovação das concessões e a meteorologia minguaram a oferta de energia em 2015. Será um ano em que ninguém gostaria de estar descontratado", diz.

O receio é maior entre os eletrointensivos, indústrias que têm na energia elétrica uma parte muito significativa de seus custos, como o setor metalúrgico.

Sem contrato, as empresas ficam sem garantia de suprimento de energia a um preço predefinido e acabam expostas à oscilação de preço do mercado à vista, que nesta semana gira em torno de R$ 800 o megawatt-hora. Em agosto de 2013, sem crise meteorológica, era cerca de R$ 160.

Parar a produção e recorrer a importações são possibilidades cogitadas por empresários do setor. Mesmo para quem já tem energia contratada, vendê-la pode ficar mais interessante do que manter a produção. Em julho, a fábrica da Italmagnésio Nordeste (MG) teve o fornecimento interrompido e chegou a parar.

"Temos informações de grandes grupos que vão estar descontratados. É um impacto direto na produção e na competitividade", diz Mello.

Segundo a Abrace, que reúne os grandes consumidores industriais, "a liquidação da energia no mercado de curto prazo é consequência conjuntural e não fruto de decisões oportunistas relacionadas à energia".

SHOPPINGS E HOTÉIS

Entre shoppings, hotéis e pequenas indústrias que fazem parte do mercado livre, mas têm consumo proporcionalmente menor, também há um alerta. Cerca de 80% dos associados da Anace (entidade que reúne o grupo) têm contratos com vencimento entre 2015 e 2017.

"A renovação preocupa. Um de nossos associados já desligou a operação e demitiu funcionários", diz Carlos Faria, presidente da Anace.

A CCEE informa que não pode afirmar de quanto será a descontratação exata pois os contratos são fechados entre consumidores e geradores ou comercializadoras.


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