Saltar para o conteúdo principal Saltar para o menu
 
 

Lista de textos do jornal de hoje Navegue por editoria

Mercado

  • Tamanho da Letra  
  • Comunicar Erros  
  • Imprimir  

Produção de veículos é a menor em 8 anos

Sob impacto da crise da Argentina e do mercado interno fraco, montadoras têm pior mês de julho desde 2006

Setor, no entanto, espera melhora no 2º semestre com fim do efeito Copa e medidas de incentivo ao crédito

DE SÃO PAULO

Principal responsável pelo encolhimento da indústria do Brasil neste ano, o setor automobilístico manteve a tendência de retração em julho.

A produção de veículos caiu 20,5% em relação ao mesmo mês de 2013, de acordo com a Anfavea (associação das montadoras).

As 252,6 mil unidades representam o pior resultado para o mês desde 2006, quando foram produzidos 202,9 mil veículos.

A queda na produção de veículos é responsável por 75% de toda a retração nacional da indústria no acumulado deste ano até junho, de acordo com o IBGE.

A queda na confiança do consumidor, a restrição ao crédito e a crise na Argentina (país de destino de 75% das exportações brasileiras) explicam o cenário negativo na indústria automobilística.

As exportações caíram 36,7% em relação a julho do ano passado. No acumulado do ano, o tombo é de 35,4%.

Já as vendas recuaram 13,9% no mês e 8,6% no ano.

Passado o efeito da Copa, os números até melhoraram em julho na comparação com o mês anterior. A produção subiu 17% nesse critério, e as vendas, 11,8%.

O estoque de veículos também diminuiu em relação a junho, de 45 para 39 dias --nível ainda considerado "inadequado" pelo setor.

"Houve um clima de pessimismo exagerado no país no primeiro semestre, o que quebrou a confiança do nosso consumidor, fazendo as vendas cair bastante. Ainda prevemos queda para o ano, mas teremos um segundo semestre melhor do que o primeiro", disse o presidente da Anfavea, Luiz Moan.

Para o fechamento do ano, a Anfavea espera recuo de 10% na produção, de 6,4% nas vendas e de 29% nas exportações, números melhores do que o acumulado em 2014 até agora.

O setor espera que as medidas de incentivo ao crédito anunciadas pelo Banco Central em julho também ajudem a aquecer a venda de veículos.

"Apesar de a medida não ser dirigida diretamente ao setor automotivo, acreditamos que seremos beneficiados pela melhora da economia como um todo."

A instituição irá recolher R$ 45 bilhões dos chamados compulsórios dos bancos a fim de aumentar o crédito no mercado.

AJUSTE

Enquanto o cenário não melhora, as montadoras ajustam a produção via concessão de férias, suspensão de contratos de trabalho ("layoff") e redução de jornada.

O governo, por sua vez, adiou para o fim do ano aumento de carga tributária nos veículos que deveria ter ocorrido no fim de junho.

Segundo Moan, os programas de suspensão temporária de contrato devem ser encarados como uma forma de preservar os postos de trabalho nas fábricas.

"A adoção do layoff' é uma expectativa de que o mercado volte à normalidade. Iremos sempre tentar preservar os empregos."

O número de funcionários nas montadoras, no entanto, caiu 4,2% em julho ante o mesmo período de 2013.


Publicidade

Publicidade

Publicidade


Voltar ao topo da página