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Inflação chega em julho ao menor patamar nos últimos quatro anos

Em 12 meses, porém, índice oficial continua no teto da meta (6,5%) e preocupa analistas

Crescimento baixo da economia neste ano contribui para que aumentos de preços fiquem mais contidos

MARIANA CARNEIRO DE SÃO PAULO LUCAS VETTORAZZO DO RIO

A inflação em julho chegou ao mais baixo patamar dos últimos quatro anos.

O cenário poderia ser considerado positivo, não fosse a alta de preços acumulada no último ano, encerrado em julho, ter estacionado em um nível elevado --6,5%, no limite fixado pelo próprio governo para a inflação em 2014.

Com o fim da Copa do Mundo, hotéis e passagens aéreas ficaram mais baratos e puxaram a inflação para baixo.

No mês, o IPCA, calculado pelo IBGE, subiu 0,01% (ante 0,4% em junho), o que não se via desde julho de 2010.

A queda no preço dos alimentos, pelo segundo mês seguido, também ajudou.

"É uma boa notícia, mas não tira a preocupação: a inflação continua alta e o crescimento, fraco", afirma Luís Otávio Leal, economista-chefe do banco ABC.

Com esse quadro, analistas passaram a discutir se o país estaria vivendo uma "estagflação" (combinação de inflação elevada e crescimento econômico fraco).

O Banco Central rejeita esse diagnóstico e afirma que a inflação está cedendo mês a mês. Em julho, ela recuou pelo quarto mês seguido.

CRESCIMENTO

Para conter os preços, o BC elevou a taxa básica de juros (Selic) de 7,25% ao ano para 11%. A medida está ajudando a moderar o custo de vida, mas agrava a estagnação.

A atividade mais fraca já provocou a redução do preço de produtos relevantes no cálculo da inflação, como automóveis novos, em queda pelo segundo mês seguido.

"Uma inflação de 6,5% não deveria ser motivo de comemoração em nenhum país. O que temos é um quadro recessivo, que de fato ajuda a inflação, ao mesmo tempo que alimentação segue em trajetória positiva", diz Sérgio Vale, economista-chefe da consultoria MB Associados.

Depois do resultado divulgado nesta sexta-feira (8), bancos e consultorias econômicas revisaram para baixo a expectativa de inflação para o ano.

O Bradesco cortou sua projeção de 6,35% para 6,3%.

O Banco ABC reduziu de 6,3% para 6%.

O quadro, porém, não sugere que o problema esteja superado. Os preços dos serviços, embora tenham recuado em julho, seguem com uma alta acima de 8%, o que indica que o custo de vida ficou mais elevado neste ano.

Analistas ressaltam ainda que aumentos de preços estão por vir, como os da gasolina e da energia elétrica, que foram represados neste ano.

"Isso explica por que as expectativas de inflação para 2015 não cedem", afirma Leal.


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