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Foco

'Universidade' forma mão de obra para mercado de cavalos

LUCAS SAMPAIO ENVIADO ESPECIAL A SOROCABA (SP)

Existe no Brasil um curso de "podólogo" de cavalos que dura quatro dias, custa R$ 1.000 e ocorre a cada dois meses, sempre lotado.

Há também um curso superior de dois anos em gestão de equinocultura reconhecido pelo Ministério da Educação e um de quatro anos e meio que forma treinadores de cavalos.

São três dos 50 cursos da UC (Universidade do Cavalo), de Sorocaba (a 99 km de SP), que há 17 anos encontrou um nicho de mercado específico, pouco explorado e com grande potencial no país --dono do terceiro maior rebanho equino do mundo, segundo o Ministério da Agricultura.

O mercado do cavalo movimenta entre R$ 13 bilhões e R$ 15 bilhões por ano e se especializa cada vez mais. Está, contudo, muito abaixo de seu potencial e tem pouca mão de obra qualificada, afirma o professor da USP Roberto Souza e Lima, coordenador do grupo "equonomia" da Esalq de Piracicaba (SP).

"Ainda engatinhamos em coisas ligadas ao cavalo", afirma ele, para quem a formação técnica ainda representa fatia reduzida desse mercado, que engloba de cuidado animal a haras e leilões. "Mais cursos de formação nos ajudariam a subir degraus."

Marlon Martins, 25, saiu do sul do Maranhão para passar duas semanas na Universidade do Cavalo fazendo cursos de "podologia" equina (o cuidado com a pata do animal), primeiros socorros e rédea, ao custo de R$ 3.000.

"Minha região é muito carente de mão de obra qualificada", diz Martins, que disputa torneios de vaqueiros financiado por um produtor de soja russo de sua região e descobriu os cursos de "podologia" equina pela internet.

INFRAESTRUTURA

A estrutura do local conta com administração, alojamento para 60 pessoas, salas de aula teórica e prática, cocheiras, estábulos e pistas, em fazenda de 12 alqueires. O preço dos cursos vai de R$ 50 (a distância) a R$ 6.000, e os salários iniciais de um profissional da área variam de R$ 1.500 a R$ 3.000.

O Brasil tem hoje cerca de 5 milhões de equinos, e estima-se que 80% sejam destinados ao trabalho no campo, e 20%, ao esporte e ao lazer.

Essa fatia menor do rebanho, porém, concentra 40% dos recursos. E quem impulsiona hoje esse mercado, diz Lima, são "novatos" no ramo --menos ligados ao trabalho no campo e mais ao lazer.

É o que nota Ana Paula Marins, dentista que deixou a profissão para auxiliar o marido, Aluísio, fundador da UC. "Nos cursos mais longos, achamos que o público seria profissional", afirma. "Veio um. Os outros estavam investindo no hobby."


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