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Fundo Aurelius desiste de chegar a acordo sobre dívida da Argentina

Proposta era que grupos de empresas comprassem títulos dos fundos chamados "abutres"

Segundo o Aurelius, "líderes argentinos tomaram decisão calculada e cínica" de desrespeitar Justiça

FELIPE GUTIERREZ DE BUENOS AIRES ISABEL FLECK DE NOVA YORK

A chance de um acordo entre empresas privadas para acabar com o impasse da dívida argentina diminuiu.

O fundo de investimento Aurelius, que está em litígio com Buenos Aires junto com o NML, divulgou um comunicado no qual afirma que foram negociadas tentativas para chegar a um fim da crise sem a participação do governo, mas que "não há perspectiva realística de uma solução privada".

A solução entre privados seria uma troca: grupos de empresas iriam comprar dos fundos os títulos que a Argentina se recusa a pagar e, em retorno, o Aurelius e o NML pediriam à Justiça dos EUA uma suspensão da sentença.

O Aurelius e o NML venceram a Argentina em uma Corte de Nova York em junho. Eles detêm cerca de US$ 1,3 bilhão em títulos que não são pagos desde 2001.

Nessa decisão, o juiz Thomas Griesa determinou que enquanto Buenos Aires não pagar, não pode honrar a dívida com credores que já vinham recebendo --a maioria dos detentores de papéis entrou em acordo em 2005, quando aceitou novos títulos que valiam cerca de 30% dos anteriores. Eles passaram a receber desde então.

O governo argentino diz que não pode pagar mais ao Aurelius e ao NML por causa de uma cláusula do contrato com os credores que renegociaram, que estipula que, se o país fizesse oferta melhor a outro credor, eles teriam direito às mesmas condições.

Mas a cláusula vence no fim de 2014, e um eventual comprador dos títulos em litígio acreditaria na hipótese do governo acertar no ano que vem. Mas "nenhuma proposta recebida era remotamente aceitável", diz a nota do Aurelius, citando que uma das ofertas foi retirada antes que pudessem responder.

"Sem essa miragem, a verdade sóbria continua: os líderes argentinos tomaram uma decisão calculada e cínica para violar e repudiar as ordens da Corte e colocar toda a Argentina em um calote completo", prossegue.

O Aurelius afirma ainda que os oficiais argentinos "se escondem" atrás da cláusula que estende aos demais credores a melhor oferta de pagamento, mas não faz esforços para driblar a regra (mesmo que alguns donos dos títulos negociados tenham aberto mão do direito).

"O povo argentino já pagou um preço alto pelos exageros de seus líderes. Com a Argentina dando calote de novo em seus títulos, tememos que o pior está por vir."

EMBARGO

O fundo NML conseguiu que a Justiça do Estado norte-americano de Nevada embargasse os bens de 123 empresas nos Estados Unidos que seriam de Lázaro Báez, um empresário próximo dos Kirchner --ele nega ser dono dos negócios.

Báez é investigado por um juiz argentino por lavagem de US$ 65 milhões.

Ainda é uma investigação, Báez não é réu na Argentina, mas o juiz dos EUA, Cam Ferenbach, considerou "não há dúvida de que Báez desviou recursos argentinos e que um corrupto ou um ladrão não adquire título de propriedade do que rouba". Como esse dinheiro seria desviado da Argentina, ele pode ser embargado para pagar o NML.

As empresas são controladas por um conjunto de escritórios e empresas espalhadas pelo Panamá e por Seychelles que, segundo a documentação que o NML apresentou à Justiça dos Estados Unidos, são fachada para Báez e para a família Kirchner.


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