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Vendas do varejo caem e pioram previsão para o PIB

Junho registrou queda de 0,7% nas vendas, sobre maio; consumo das famílias perde fôlego, segundo analistas

Confederação do comércio reduziu de 5% para até 4% perspectiva de crescimento das vendas neste ano

LUCAS VETTORAZZO DO RIO

A redução dos dias úteis em razão da Copa, a queda das vendas de veículos e um desempenho abaixo do esperado no segmento de supermercados levaram a um resultado ruim para o varejo brasileiro em junho.

As vendas do comércio varejista recuaram 0,7% em junho ante maio, mostrou a PMC (Pesquisa Mensal de Comércio), do IBGE. Foi o pior resultado desde maio de 2012, quando a queda foi de 0,8%.

O mau desempenho do comércio em junho "é a cereja de um bolo que está desmoronando", diz o economista-chefe da MB Associados, Sérgio Vale. Para ele, o cenário consolida a tese de que o PIB do segundo trimestre será negativo, com impacto de uma redução do consumo das famílias, ainda que a indústria se mantenha como a principal vilã do desaquecimento.

O economista prevê queda de 0,4% no PIB do segundo trimestre ante igual período do ano passado e de 0,3% em relação aos três meses imediatamente anteriores.

"Junho foi um mês complicado para o varejo, já que há essa percepção desfavorável para o consumo na população. Quando o crédito está mais caro e o emprego é incerto, ninguém quer comprometer a renda com dívidas."

O economista-chefe da CNC (Confederação Nacional do Comércio), Carlos Thadeu de Freitas, afirmou que "o comércio está desacelerando mais rapidamente do que o esperado neste ano" e que o crédito mais caro e a possibilidade de altas pontuais de preços, como o de combustíveis, desenham cenário menos favorável para 2015.

Diante do cenário geral ruim, a confederação reduziu de 5% para entre 3,5% e 4% a perspectiva de crescimento das vendas reais do comércio.

O indicador de junho ficou abaixo das previsões do mercado, que projetavam alta de 0,4%, segundo 29 economistas ouvidos pela Bloomberg.

FRUSTRAÇÃO

Um dos motivos para a previsão frustrada, segundo a analista de varejo e crédito da consultoria Tendências, Mariana Oliveira, foi que havia uma previsão de alta maior com relação ao segmento de supermercados e hipermercados, que teve vendas apenas 0,6% maiores em junho.

"Havia expectativa grande de que os supermercados fossem vender mais carnes e bebidas durante a Copa, o que de fato ocorreu, mas que não foi o suficiente para impactar positivamente na pesquisa."

Já para Sérgio Vale, da MB, o recuo de 12,9% nas vendas de veículos em junho ante maio teve maior peso no resultado do varejo.

Juros altos, crédito mais restrito, endividamento elevado, queda na confiança do consumidor e desaceleração do emprego impactaram o consumo de veículos e dos demais bens duráveis.

O IBGE não calculou quantos dias úteis junho teve a menos em razão da Copa, mas o cenário atípico contribuiu para vendas menores em sete dos oito segmentos do chamado "varejo restrito" monitorado pelo instituto. O "varejo ampliado", que inclui veículos e material de construção, caiu 3,9% em junho.


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