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Chance maior de 2º turno leva Bolsa ao recorde em 17 meses
Ibovespa subiu ontem 1,54%, para 58,4 mil pontos, o maior patamar desde março de 2013; alta neste ano é de 13,5%
Para analistas, cenário atual de volatilidade torna entrada de pequeno investidor pouco recomendável
A Bolsa brasileira renovou sua máxima nesta terça-feira (19) e o Ibovespa, principal índice do mercado, subiu 1,54%, para 58.449 pontos, maior patamar em 17 meses, desde 11 de março de 2013.
No ano, o Ibovespa acumula ganho de 13,48%.
A alta desta terça foi impulsionada pela valorização nos papéis de bancos e Petrobras, influenciados pela corrida eleitoral e por um dia positivo nos mercados mundiais.
Segundo Pedro Galdi, analista-chefe da SLW Corretora, o mercado foi influenciado pela entrevista de Dilma Rousseff ao "Jornal Nacional", da Rede Globo, na segunda-feira (18), e discute a candidatura de Marina Silva.
As ações da Petrobras tiveram alta significativa nesta terça. Os papéis preferenciais da companhia, mais negociados, subiram 2,54%, cotados a R$ 20,92. Já as ações ordinárias da Petrobras, que dão direito a voto, tiveram alta de 3,24%, a R$ 19,70.
Para o presidente da Magliano Corretora, Raymundo Magliano Neto, há maior otimismo no mercado financeiro em relação à candidatura de Marina (PSB). "Há maior possibilidade de segundo turno e maior chance de que algum candidato de oposição ganhe a eleição, o que agrada ao mercado", disse.
O início do horário de propaganda político manterá a relevância do tema. "Continuamos influenciados pelo cenário político", diz Galdi.
Devido a essa volatilidade, os analistas não recomendam que pequenos investidores entrem no mercado acionário neste momento, pois eles têm menos informações para tomar suas decisões.
"Em geral, o pequeno compra Petrobras, Vale e bancos, e o momento está de muita volatilidade especialmente para as duas primeiras", diz Magliano Neto.
O executivo da Magliano Corretora destacou os bancos no pregão desta terça. "Bancos têm se mostrado eficientes tanto quando a economia vai bem e quando ela vai mal." Os papéis preferenciais do Itaú encerraram as negociações com alta de 3,41%, cotados a R$ 37,51. As ações preferenciais do Bradesco subiram 3,02%, para R$ 37,50.
Houve ainda importante contribuição do cenário externo, positivo. Em relatório, a BB Investimentos ressaltou que o Ibovespa operou em alta durante todo o dia "acompanhando a retomada do otimismo dos mercados mundiais, com o abrandamento das tensões geopolíticas".
NO CÂMBIO
Na avaliação do diretor da NGO Corretora, Sidnei Nehme, a taxa de câmbio foi objeto de especulação dos investidores no pregão.
"Temos uma situação bastante difícil de fluxos cambiais no Brasil, então o dólar em si não justifica esse movimento [de queda]", afirma.
O dólar comercial, usado no comércio exterior, encerrou o dia em baixa de 0,39%, a R$ 2,25. O dólar à vista, referência nas negociações do mercado financeiro, recuou 0,16%, para R$ 2,256.