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Arrecadação cai 1,6% em julho e meta fiscal fica mais distante
Copa contribui para a queda, mas resultado do ano é decepcionante
A debilidade da economia do país, agravada durante a Copa do Mundo, derrubou a arrecadação dos tributos federais no mês passado.
Dados divulgados nesta sexta (22) mostram que a receita somou R$ 98,8 bilhões, numa queda de 1,6% em relação a julho de 2013, descontada a inflação.
Os números evidenciam que o governo Dilma Rousseff dificilmente fechará as contas deste ano eleitoral com os resultados fiscais prometidos para tranquilizar credores e investidores.
Ao programar os gastos de 2014, a administração petista previu um aumento entre 3% e 3,5% na arrecadação dos principais impostos e contribuições sociais --a meta considera apenas os tributos administrados pela Receita.
No entanto, nos primeiros sete meses do ano há uma queda acumulada de 0,2%.
A estimativa para o ano já havia sido reduzida para 2% antes da divulgação dos números de julho e vai cair mais.
A arrecadação total, incluindo tributos cobrados por outros órgãos e os royalties do petróleo, soma R$ 677,4 bilhões no ano, o que significa crescimento zero em relação aos primeiros sete meses do ano passado.
Em julho, houve uma piora generalizada da receita. O desempenho caiu nos tributos incidentes sobre a renda, o consumo, as importações e as operações financeiras. Na contribuição previdenciária, incidente sobre as folhas de salários, houve estagnação.
A parada nacional durante a Copa ajuda a explicar as quedas: na prática, houve menos dias úteis em julho, reduzindo a atividade na indústria e no comércio.
Mas a arrecadação já vem decepcionando desde o início deste ano, em que o crescimento da economia, segundo as previsões mais consensuais, não chegará a 1%.
Já os gastos do governo vêm crescendo na casa de 4% acima da inflação, mesmo com o adiamento de desembolsos como subsídios e pagamento de dívidas arbitradas pela Justiça.
RECEITA EXTRA
Com isso, o objetivo anunciado de poupar R$ 80,8 bilhões para o abatimento da dívida pública tende a ser descumprido mesmo com a receita extra esperada até o final do ano.
Pelas estimativas do governo, a reabertura do programa de parcelamento de dívidas tributárias renderá R$ 18 bilhões, dos quais R$ 13 bilhões já em agosto.