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Brasileiros donos do Burger King avançam também no café da manhã

Burger King, do grupo brasileiro 3G, comprou rede de cafés canadense Tim Hortons por US$ 11,5 bi

Nova holding será 3ª maior cadeia de fast food do mundo, com 18 mil pontos de venda e receita de US$ 23 bi

TONI SCIARRETTA CLAUDIA ROLLI DE SÃO PAULO

Depois de comprar a cerveja Budweiser, a rede Burger King e o ketchup Heinz, o trio brasileiro do fundo 3G Capital --Jorge Paulo Lemann, Beto Sicupira e Marcel Telles-- decidiu entrar no ramo do café da manhã para concorrer com a gigante Starbucks e disputar um mercado em crescimento dentro e fora dos EUA.

Para isso, a rede de fast food Burger King comprou a canadense Tim Hortons, uma cadeia de café que atua principalmente no Canadá e nos EUA, por US$ 11,5 bilhões.

O megainvestidor Warren Bufffett financiará US$ 3 bilhões da operação. É o segundo negócio que o bilionário faz em parceria com o 3G --já eram sócios na Heinz.

O trio vai combinar o negócio de hambúrguer, restrito a refeições rápidas no almoço, com o de café da manhã, ramo reinventado pela Starbucks, que investiu pesado na primeira refeição do dia.

O café da manhã é a refeição fora de casa que mais cresce nos EUA. Movimenta US$ 50 bilhões por ano e já representa quase a metade do negócio das redes de fast food, segundo a consultoria Sanford C. Bernstein & Co.

As marcas Burger King e Tim Hortons vão continuar operando separadamente, mas poderão "compartilhar lojas nas mesmas esquinas", diz Alex Behring, presidente do conselho do Burger King.

A rede de fast food continuará sendo americana, com sede em Miami, e a cadeia Tim Hortons segue em Ontário, no Canadá. A nova companhia, que nasce com 18 mil pontos de venda e será a terceira maior do mundo, com receita de US$ 23 bilhões, ficará no Canadá, sob o comando de Daniel Schwartz, hoje presidente do Burger King.

O controle fica com o 3G, dono de 51% das ações. Os brasileiros são ainda os maiores acionistas da AB InBev, maior cervejaria do mundo.

MENOS IMPOSTO

Para analistas, a escolha do Canadá para sediar a holding também é motivada por vantagens tributárias.

O imposto pago pelas companhias canadenses gira em torno de 25%, enquanto nos EUA chega a 40%, segundo consultorias da área fiscal.

Questionado, Behring disse que o impacto tributário não é relevante, uma vez que as companhias seguem em seus países-sede, recolhendo tributos sob a regra local. Só a holding seria favorecida.

O governo americano já estuda medidas para evitar a prática --ao menos 40 empresas transferiram suas sedes nos últimos 16 anos.

As duas redes preveem expansão para outras regiões, mas não detalharam planos.

Cristina Franco, presidente da ABF (Associação Brasileira de Franchising), diz que os brasileiros do 3G devem "olhar com carinho" para o mercado brasileiro.

"O país tem uma situação de pleno emprego, e cresce o número de pessoas que fazem refeições fora de casa. A mulher ocupa cada vez mais espaço no mercado de trabalho e tem menos tempo para cuidar da alimentação da casa."

Regis Duarte, diretor da consultoria IN.Business, considera que o Brasil poderia abrigar uma nova rede, principalmente com entrega de itens de café da manhã. "Há espaço para serviços mais rápidos e práticos", afirma.


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