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Cresce desistência na compra de imóveis

Cancelamentos de contratos em SP atingem 17,9% das vendas em junho; no mesmo mês de 2013 eram 6,7%

Renda insuficiente para o comprador obter financiamento bancário é uma das principais razões

DANIEL VASQUES DE SÃO PAULO

O percentual de contratos de compra de imóveis novos cancelados na cidade de São Paulo em relação às vendas quase triplicou em um ano, o que leva as incorporadoras a reforçar as ações buscando a revenda de unidades.

Os distratos --como são chamados os cancelamentos-- representaram em junho 17,9% da média das vendas nos últimos 12 meses. Em junho de 2013, eram 6,7%, segundo o Secovi-SP (sindicato do mercado imobiliário).

A maior parte dos cancelamentos ocorre quando os imóveis ficam prontos (cerca de três anos após o lançamento na planta), momento no qual o cliente tenta obter o financiamento bancário.

Se não consegue, a alternativa é pagar o resto da dívida à vista, se puder, ou cancelar o contrato --o que faz o imóvel voltar para a empresa, que tentará revendê-lo.

Para Celso Petrucci, economista-chefe do Secovi-SP, alguns dos motivos para a alta no total de distratos se referem à perda da capacidade financeira dos compradores, à "pouca qualidade" na análise do crédito e à safra de imóveis com entrega atrasada.

A falta de uma boa análise do crédito pode se originar na venda de um imóvel na planta, se no plantão de vendas não é examinada com rigor a renda do comprador. Sem essa análise, não se prevê, por exemplo, a possibilidade de um cliente não ter condição de conseguir financiamento.

No caso de atrasos, a dívida costuma continuar a ser corrigida pelo INCC (Índice Nacional de Custo da Construção), ampliando o valor a ser financiado e dificultando a obtenção de crédito. Esse índice apresenta alta de 7,52% em 12 meses até julho.

Diante do aumento dos distratos, incorporadoras e imobiliárias fazem ações promocionais neste ano, prometendo descontos principalmente para os apartamentos prontos ou em fase final de obra.

Isso porque os empreendimentos já concluídos geram custos para as empresas, que precisam arcar com valores referentes, por exemplo, à taxa de condomínio e ao IPTU.

Para Renato Ventura, diretor-executivo da Abrainc (Associação Brasileira das Incorporadoras), um endurecimento na concessão do crédito pelos bancos ou eventuais desistências da compra por investidores não estão entre os principais fatores para a alta nos distratos.

"Os bancos sempre ajustam seus parâmetros de concessão de crédito de acordo com a economia. Em 2013 houve algum ajuste, mas não tenho notícias de nenhum muito forte neste ano. O crédito continua disponível."

Para ele, embora não desejáveis, os distratos não representam uma preocupação excessiva das empresas.

Na internet

"Índice do aluguel", IGP-M tem quarta deflação seguida

folha.com/no1507091


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