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Setor público economiza até julho só 25% da meta para todo o ano

Pela primeira vez contas ficam no vermelho por 3 meses seguidos; superavit cai 55% no período

Tesouro diz que não desistiu da meta; BC atribui resultado ao freio na economia e e às desonerações

EDUARDO CUCOLO SOFIA FERNANDES DE BRASÍLIA

A queda na atividade econômica contribuiu para manter as contas públicas no vermelho pelo terceiro mês seguido, fato inédito nas estatísticas oficiais. União, Estados e municípios tiveram deficit de R$ 4,7 bilhões em julho, primeiro resultado negativo para o mês, segundo o BC.

O número corresponde ao resultado primário, diferença entre receitas e despesas, sem considerar o pagamento de juros da dívida.

Apesar da sequência de resultados ruins, o secretário do Tesouro, Arno Augustin, disse que ainda trabalha com a meta de superavit de R$ 99 bilhões. Só no fim de setembro o governo informará se mantém ou não a estimativa.

Até lá, já serão conhecidos os primeiros dados da arrecadação extra com a reabertura do programa de renegociação de dívidas (Refis). A previsão é uma receita de R$ 5 bilhões neste mês, chegando a até R$ 20 bilhões no ano.

Nos sete primeiros meses de 2014, o superavit foi de R$ 24,7 bilhões, queda de 55% ante o mesmo período de 2013 e menos de um quarto da meta.

Augustin disse que o resultado está abaixo do desejável principalmente por causa da receita, bem abaixo do que se esperava. Ele culpou a crise internacional pelos números.

"Definimos a meta no início do ano, já enxergando uma conjuntura difícil, embora se tivesse uma expectativa de recuperação do mundo. Aparentemente, essa recuperação está sendo menor do que se esperava", afirmou.

MAIS DISTANTE

O chefe do Departamento Econômico do BC, Tulio Maciel, também destacou a queda nas receitas, atribuindo-a às desonerações e à retração econômica.

"Tivemos a divulgação do PIB, que confirmou isso", disse, acrescendo que a meta ficou "mais distante" e exigirá esforço maior do governo nos últimos cinco meses do ano.

Os dados do Tesouro mostram que as receitas da União aumentaram 8,5% no mês, enquanto as despesas tiveram um acréscimo de 11,5%, puxado pelos custos com pagamento de pessoal.

Para o Banco Fator, apenas receitas extraordinárias de dividendos, Refis ou do leilão de 4G podem levar o resultado para algo próximo da meta no ano, de 1,9% do PIB, pois contar com uma arrecadação ordinária mais robusta é impensável.

Para o Itaú-Unibanco, o custo de financiamento da dívida pública deve aumentar. Com isso, será preciso um superavit ainda maior, entre 2% e 2,5% do PIB, para frear o crescimento desse indicador, hoje em 35,1% do PIB.


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