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Vaivém das commodities

MAURO ZAFALON mauro.zafalon@uol.com.br

Ciclo de baixa dos grãos exige planejamento, diz produtor dos EUA

Ser produtor agrícola não é fácil em lugar nenhum, mas o importante é sempre ter planejamento. Assim Larry Schliefert, produtor de Louisville, pequena cidade de Nebraska, nos Estados Unidos, avalia a atividade.

Schliefert, cuja família está há 115 anos na mesma propriedade, diz que o importante é sempre olhar para a frente. Avaliar o mercado do ano seguinte e decidir.

Com essa visão, a família, que arrendava 160 acres, hoje detém 1.400, onde planta soja e milho. Às vezes, diversifica com o plantio de trigo.

Nesta safra 2014/15, o produtor repartiu a área em soja e milho. E prestes a iniciar a colheita, diz que já pensa na safra do ano que vem, quando a margem será menor do que a atual.

Entusiasta por novas tecnologias, já está em busca de novas sementes, principalmente as de milho mais resistentes a clima seco. Nesta safra, conseguiu semear apenas 30% da área com esse tipo de semente. Os custos aumentam e o produtor tem de buscar cada vez mais produtividade, afirma.

A agricultura vive de ciclos, "determinados por alguém" e que, em geral, registram um período de quatro a cinco anos de altas, seguidos de um período de baixas.

Após os bons momentos de dois anos atrás, quando a soja atingiu US$ 17 por bushel (27,2 quilos) e o milho US$ 8,30 por bushel (25,4 quilos), "entramos em um processo de redução de margens, que ficarão ainda mais apertadas nos próximos anos", diz ele.

Custos do arrendamento e dos insumos de produção vão permitir um ganho muito menor. Com o milho a US$ 3,50 por bushel, quem não fizer 12,7 toneladas por hectare não paga as contas, prevê.

Quanto à soja, Schliefert estima que uma produção de 3.060 quilos por hectare permitirá a manutenção dos negócios do produtor.

No limite, a produção poderá recuar para 2.700 quilos por hectare. Abaixo disso, as despesas não se pagam.

"Após quatro anos de excelentes preços, virá um período de margens apertadas. E quem não se preparou para esse ciclo de queda terá problemas", afirma.

É difícil avaliações na agricultura, mas, com base em anos anteriores, ele acredita que o próximo ano ainda não será tão ruim, mas provavelmente sem um patamar de lucros como neste.

Com 57 anos, Schliefert tem um objetivo traçado. Em cinco anos sai de cena e deixa a fazenda no comando dos filhos de 25 e de 29 anos.

Ele diz que está no auge de seu desempenho, mas que é preciso dar o próximo passo.

O cenário para os produtores brasileiros é o mesmo do dos norte-americanos. A safra mundial recorde de grãos recoloca os estoques em patamares razoáveis e derruba os preços.

A situação é ainda pior para o Brasil devido a custos extras, principalmente vindos da situação precária da logística. Esses custos reduzem, por exemplo, a competitividade do milho brasileiro.

Os números recentes de mercado externo indicam um avanço dos Estados Unidos nos principais mercados importadores de milho, como os do Japão e da Coreia do Sul. No ano passado, esses países vieram buscar o produto no Brasil.


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