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Minha vida de trator

Antes de ir para o campo, máquina passa na fábrica por testes com temperaturas extremas

MAURO ZAFALON ENVIADO ESPECIAL AOS EUA

Vida de trator não é nada fácil. Tem de enfrentar os climas mais adversos e as áreas mais inóspitas para o trabalho do dia a dia.

Faça sol ou faça chuva, faça frio ou faça calor, ele deve ir a campo para exercer as atividades a que foi destinado.

A vida difícil da máquina começa, no entanto, bem antes de ela chegar às mãos do agricultor. Testes preliminares feitos em centros tecnológicos, em ritmo bem mais intenso do que os do campo, vão determinar a resistência do conjunto das máquinas. Afinal, elas não podem falhar na hora em que o produtor mais precisar delas.

É o que ocorre diariamente no centro de tecnologia de Burr Ridge, uma pequena cidade ao lado de Chicago, no Estado de Illinois, nos EUA. É lá que a CNH põe à prova seus tratores e colheitadeiras Case e New Holland.

Da prancheta dos engenheiros ao lançamento, o projeto pode durar cinco anos. Nesse período, todos os componentes do equipamento são submetidos a severos testes, até que apresentem a eficiência e a resistência necessárias.

Um desses testes é o da emissão de gases e de partículas de carbono. Computadores testam durante semanas, em 24 horas contínuas, por 3.000 horas, a reação das peças e do combustível até que essas emissões fiquem dentro dos padrões exigidos pelas leis ambientais dos diversos países onde o produto é comercializado.

Os tratores e as colheitadeiras são submetidos ainda a situações que dificilmente vão encontrar no dia a dia de trabalho. São expostos a uma temperatura de 60ºC, quando são feitos testes de resistência dos vários componentes. Nessa lista entram a reação dos freios, o comportamento do sistema de refrigeração e o desempenho dos combustíveis e do câmbio.

Terminado o teste do calor, as máquinas vão suportar um frio de -33ºC. Os testes se repetem, mas então para apurar os efeitos que essa temperatura pode provocar no sistema de transmissão, nos combustíveis, nos freios e no desempenho do câmbio.

A máquina fica em uma sala resfriada por 24 horas até que toda ela seja coberta por uma camada de gelo. Só aí os computadores, bem como os trabalhadores com roupas especiais, que suportam um frio de até -40ºC, entram em cena para os testes.

Mesmo depois de as máquinas estarem em campo, os testes continuam. O centro tecnológico da CNH recolhe tratores com dois anos de uso para novas verificações de resistência. O teste, por dias e sem interrupção, serve para aferir a durabilidade dos equipamentos, repetindo as mesmas funções exercidas até então no campo.

O resultado desses testes leva à correção de eventuais defeitos e ao desenvolvimento de tecnologias (tanto de resistência como de aumento de produtividade) que são incorporadas ao equipamento. É claro que, com elas, vêm preços novos.

ÁVIDO POR TECNOLOGIA

A valorização dos equipamentos, no entanto, não assusta alguns produtores, ávidos por novas tecnologias. É o caso de Larry Schliefert, um produtor da pequena Louisville, em Nebraska.

A cada dois anos, ele troca todo o seu equipamento. Gosta de experimentar o que há de novo no setor e de obter mais rendimento das máquinas. Aponta para o barracão em sua fazenda e mostra colheitadeiras, tratores, caminhões e plantadeiras novos e que irão ao campo pela primeira vez daqui a algumas semanas, quando começará a colheita nos Estados Unidos.

O avanço da tecnologia é essencial para a modernização do setor agrícola. Os testes das indústrias diminuem as falhas dos equipamentos nos momentos em que o produtor mais precisa deles.

Nada pior do que, durante a colheita, o produtor ver nuvens negras no horizonte, prometendo chuva, e a máquina quebrar.

Provavelmente ele vai ficar roxo de raiva. Mas não é só o rosto dele que vai mudar de cor. Na próxima vez que for fazer uma compra, poderá mudar também a cor da máquina, já que os equipamentos agrícolas são conhecidos, em geral, pelas cores utilizadas pelos fabricantes.


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