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IPCA vai a 0,25% em agosto e volta a superar teto da meta

Reajuste de energia elétrica e aumentos de passagens aéreas e gasolina provocaram aceleração dos preços

Alimentação, que tem maior peso no índice, caiu 0,15% em agosto, mas refeições fora de casa continuam em alta

PEDRO SOARES DO RIO

Após a quase estabilidade da inflação em julho (0,01%), o IPCA, índice oficial do país, voltou a subir em agosto (0,25%) e superou novamente o teto da meta do governo, num movimento provocado por reajuste de energia elétrica e aumentos de passagens aéreas e gasolina.

No acumulado de 12 meses até agosto, a taxa ficou em 6,51%. Nos 12 meses que se encerraram em julho, empatava em 6,50% com o limite máximo estabelecido pelo governo. De janeiro a agosto, o índice do ano soma um avanço de 4,02%.

Economistas estimam um IPCA muito próximo de 6,5% neste ano e parte do mercado não descarta o estouro da meta no índice consolidado de 2014.

Isso dependerá de a economia mostrar ou não um desempenho melhor neste segundo semestre, já que o desaquecimento do consumo pressiona menos os preços.

Sob impacto negativo da Copa, da freada do consumo das famílias e da forte retração dos investimentos, o PIB brasileiro encolheu 0,6% no segundo trimestre. Nos três primeiros meses do ano, o recuo ficou em 0,2%.

Se o consumo reagir no segundo semestre, os preços de serviços e bens duráveis (veículos, móveis e eletrodomésticos, que já apontam para cima em agosto) voltarão a acelerar com mais força.

Outro ponto de incerteza se refere aos reajustes a serem autorizados para as distribuidoras de energia, especialmente no Rio de Janeiro (maior região ainda sem aumento).

Também já há uma sinalização do governo de que poderá aumentar, passadas as eleições, o preço da gasolina, congelado desde o final do ano passado.

Para a Rosenberg & Associados, há "a percepção de que a pressão inflacionária não é apenas pontual, fruto de um choque passageiro".

A consultoria estima uma alta de 6,3% neste ano.

FOCOS DE PRESSÃO

Em agosto, energia, transportes e empregado doméstico foram os principais focos de pressão. Já a alimentação apresentou queda de 0,15%.

Mas ainda há uma incerteza quanto à evolução dos preços dos alimentos de setembro até o fim do ano.

"Nos próximos meses, a transmissão da alta dos preços de produtos agropecuários, já observada no atacado, para os preços ao consumidor será relevante para calibrar as expectativas de inflação. De todo modo, mantemos nossa projeção de alta do IPCA de 6,30% neste ano", diz o Bradesco.

Eulina Nunes dos Santos, coordenadora do IBGE, disse que a queda recente dos alimentos não compensa os reajustes do primeiro semestre nem altera a sensação de que os preços seguem elevados.

"O clima e a safra, que neste ano foi muito grande, ajudaram a reduzir os preços dos alimentos", disse. Ela pondera, porém, que o custo da alimentação fora de casa segue em expansão, e o recuo agora não é percebido pelos consumidores, pois alimentação está num patamar de preço historicamente muito alto.

Ou seja, o consumidor vê que paga hoje mais do que gastava em 2013 para comprar a mesma quantidade.


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