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Comércio vê em julho sua maior queda desde 2008

Setor caminha para fechar o ano com o pior desempenho desde 2003

Piora da confiança dos consumidores, escassez do crédito e juros mais elevados explicam vendas mais fracas

PEDRO SOARES DO RIO

Com consumidores mais receosos e menos dispostos a gastar, as vendas do comércio caem há dois meses e o setor, mantido o atual ritmo, deve fechar o ano com o pior resultado desde 2003.

Naquele ano, as vendas caíram 3,7%. Pelos cálculos de economistas, o varejo deve crescer neste ano, mas no máximo 4%, abaixo dos 4,5% de 2013.

De janeiro a julho, as vendas subiram 3,5% diante do mesmo período de 2013. Em 12 meses, acumulam alta de 4,3%. Os dados foram divulgados nesta quinta-feira (11) pelo IBGE.

O mais fraco dinamismo do setor está ligado a vários fatores: piora da confiança dos consumidores, escassez do crédito, juros mais elevados e inflação ainda em patamar alto --embora tenha cedido nos últimos meses.

Para Aleciana Gusmão, técnica do IBGE, a Copa do Mundo afetou também o setor tanto em junho como em julho, pois esfriou as vendas com feriados e dispensas antecipadas em dias de jogos.

De junho para julho, as vendas caíram 1,1%, mais baixo resultado mensal desde outubro de 2008, pico da crise global.

Gusmão disse que o crédito mais fraco também prejudica o varejo e se traduziu na retração das vendas de móveis e eletrodomésticos de junho para julho --de 4,1%, a mais intensa dentre as categorias pesquisadas.

DESACELERAÇÃO

Para Octavio de Barros, economista-chefe do Bradesco, "o desempenho do comércio reforça a expectativa de desaceleração gradual do consumo ao longo de 2014".

Nos últimos dados do PIB, tal tendência de moderação do consumo já estava presente e tende a ganhar força após esse fraco resultado do comércio em julho.

A queda do varejo não foi generalizada e se concentrou especialmente nos setores de supermercados e produtos alimentícios e de móveis e eletrodomésticos.

O resultado de julho do comércio veio, porém, pior do que as projeções mais pessimistas, que indicavam um recuo na faixa de 0,5%. O Bradesco previa alta de 1,1%.

Para Fábio Bentes, economista da CNC (Confederação Nacional do Comércio), o crédito será uma das principais travas ao comércio neste segundo semestre. Tal fator, diz, impede uma retomada do setor, apesar da inflação mais baixa. Após os dados de julho, a CNC revisou para baixo a previsão de crescimento do comércio neste ano --de 4% para 3,7%.


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