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Passageiros optam por avião, e trem noturno fica mais raro na Europa
DO "GUARDIAN"Para seus fãs, os trens noturnos resumem o que o projeto de integração europeia tem de melhor. São eficientes em termos de uso do tempo, ambientalmente sustentáveis e irresistivelmente românticos: você adormece em um país e acorda em outro, e existe sempre a possibilidade de fazer amigos no caminho.
No entanto, os trens-leito estão sendo silenciosamente tirados de serviço em todo o continente.
A Deutsche Bahn, que opera o sistema ferroviário alemão, disse que seus trens-leito da City Night Line (de Bruxelas a Copenhague) teriam as operações suspensas a partir de novembro, enquanto o trem noturno que conecta Paris a Berlim, Hamburgo e Munique suspenderá as operações em dezembro.
Já o trem noturno que conecta Amsterdã (Holanda) a Praga e Varsóvia terá seu percurso reduzido: de Colônia a Varsóvia (Polônia) e Praga (República Tcheca).
Lançado em 1969, o Elipsos, o trem-leito que ligava Paris a Barcelona e Madri, foi desativado em dezembro. A Thello, joint venture entre a Trenitalia e a francesa Transdev, desativou em 2013 seu trem leito entre Roma e Paris.
Os serviços ferroviários alemães tiveram queda no número de passageiros, com a ascensão das companhias de aviação de baixo preço, como principal motivo para o cancelamento de serviços.
A Deutsche Bahn diz que o número de passageiros nos trens leito da empresa caiu em 25% em cinco anos.
Julio Gomez-Pomar, presidente da estatal espanhola Renfe, que opera trens de passageiros e carga, disse que alguns dos serviços noturnos de sua empresa foram cortados porque estavam circulando com vagões vazios.
Os trens-leito são certamente mais caros de operar do que os trens diurnos. Eles acomodam menos passageiros: um vagão-leito típico transporta 36 pessoas, ante 70 em um convencional.
Além disso, desde 2000 os serviços precisam pagar taxas de acesso a sistemas ferroviários, quando cruzam fronteiras, e há trabalho administrativo e negociações adicionais necessários para determinar o custo exato.
