Saltar para o conteúdo principal Saltar para o menu
 
 

Lista de textos do jornal de hoje Navegue por editoria

Mercado

  • Tamanho da Letra  
  • Comunicar Erros  
  • Imprimir  

Consumo de refrigerantes perde espaço no Brasil

RENATO OSELAME DE SÃO PAULO

O mercado de refrigerantes perde peso no Brasil.

Em 2013, a produção encolheu 3,4%, ou 524 milhões de litros. A queda surpreende se considerada a expansão nos últimos dez anos: mesmo em 2008, auge da crise global, a fabricação crescera 4,5%.

De 2010 a 2012, o consumo per capita caiu 3,3%, de 86,1 litros para 83,31 litros, segundo estudo da Nielsen. Na Grande São Paulo, a queda foi de 9,4%, para 88,8 litros.

Para a Concept, consultoria focada em alimentação e bebidas, a explicação está no avanço de renda. Se, por um lado, isso permitiu que mais famílias comprassem refrigerante, por outro, mais gente agora pode experimentar bebidas mais nutritivas.

"E aí produtos como néctares e chás passam a concorrer com os refrigerantes", afirma Adalberto Viviani, presidente da consultoria.

A tendência já é observada nos EUA e na Europa, onde o consumidor tenta evitar o risco de obesidade e diabetes.

A migração no Brasil tem impulsionado bebidas como os néctares, com maior concentração de suco natural. Em 2013, o volume produzido saltou 15%, para 1,1 bilhão de litros. A água mineral teve expansão de 39%, para 6,8 bilhões de litros. Chás e energéticos cresceram 37% e 25%, respectivamente, mas sua produção ainda é baixa.

Para surfar nessa transição, as empresas de bebidas passaram a oferecer novos produtos e mudaram o posicionamento de suas marcas. A Coca-Cola, cujo nome se confunde com o do refrigerante, quer "oferecer a bebida correta para cada ocasião", diz Marco Simões, vice-presidente de Comunicação da marca para o Brasil.

NOVOS DESEJOS

A estratégia não evita maus resultados. A Coca-Cola Brasil perdeu 2% em volume de vendas em 2013. Já a divisão de bebidas da PepsiCo indicou redução acima de 10% no país no relatório anual.

Para Simões, a queda é pontual e se deve à alta de juros, que pesou na renda, e ao frio. O executivo descarta a possibilidade de a fatia das demais bebidas no mercado superar a dos refrigerantes.

"[Mas] temos que trabalhar com o que desejam os nossos consumidores", acrescenta. "Se amanhã quiserem mais chá, vamos oferecer mais chá. O mesmo vale para produtos carbonatados [com gás]."

Procurada pela Folha, a PepsiCo não se posicionou.

Para reter o consumidor, as companhias querem trazer ao Brasil refrigerantes com menos açúcar e sabor similar aos convencionais.

O projeto ainda esbarra na legislação, que não permite adicionar edulcorantes (tipo de adoçante) à bebida. O Ministério da Agricultura estuda a mudança, mas afirma que representantes dos setores de bebidas e sucroalcooleiro não chegaram a um consenso sobre a questão.


Publicidade

Publicidade

Publicidade


Voltar ao topo da página