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Em cenários econômicos, Marina ocupa o melhor e o pior dos mundos
Instituições financeiras projetam futuro do país de acordo com desempenho de eventuais eleitos
Fator político é fiel da balança em projeções para governo pessebista; sobre Dilma, dúvidas são sobre política econômica
No melhor dos mundos, o governo corta gastos, reduz a dívida pública, recoloca a inflação na trajetória do centro da meta e recobra a confiança dos investidores nos próximos dois anos. Em 2016, a alta do PIB pode superar 2,5%.
No pior dos mundos, a presidente assiste impotente à aprovação de medidas populistas pelo Congresso, que forçam o governo a gastar de forma insustentável, desequilibram as contas públicas e atiçam a inflação. Com investidores afugentados, a economia perde o rumo. Em 2016, o PIB pode encolher.
Nas duas situações hipotéticas, uma mesma pessoa ocuparia a cadeira da Presidência da República: a candidata do PSB, Marina Silva.
São os polos extremos de projeções feitas por economistas-chefes de instituições financeiras, que falaram à Folha sob condição de anonimato, a partir da combinação de variáveis sobre quem vai vencer as eleições do próximo mês e como será sua atuação uma vez eleito.
Os cenários também traçam futuros extremos, mais ou menos promissores, para um segundo mandato da presidente Dilma Rousseff --que, com 47% das intenções de voto no segundo turno, está em empate técnico com Marina (43%), segundo pesquisa Datafolha divulgada sexta (26).
Nenhum deles, porém, é tão otimista ou tão sombrio quanto os imaginados para um governo da pessebista.
A variação mais elástica das estimativas para Marina se deve principalmente ao fato de que ela é menos conhecida que sua oponente.
Há uma dose de incerteza sobre como se comportará Dilma se for reeleita, mas os questionamentos nesse caso se referem à política econômica. Já em relação a Marina, a grande dúvida é sobre suas perspectivas de formar uma base de apoio político no Congresso (veja cenários e previsões na pág. B4).
Alguns economistas ainda especulam sobre o futuro econômico de um governo Aécio Neves (PSDB) --antevisto como semelhante ao do ex-presidente Fernando Henrique, mas sem a pressão para estabilizar a inflação.
O Datafolha mais recente, porém, mostra no primeiro turno o candidato tucano em terceiro lugar, com 18% das intenções de voto, distante de Marina (27%) e Dilma (40%).
Por isso, boa parte das instituições financeiras --que usam as análises de seus economistas-chefes para balizar decisões de negócios-- têm focado as projeções apenas nas duas candidatas com mais chances de chegar ao Palácio do Planalto.